sábado, 4 de abril de 2015

95ºCapitulo

Nascemos para viver, e vivemos para morrer, é essa a lei da vida, mesmo sendo dolorosa a dor da perda temos que aceitar esse ciclo da vida, e seguir vivendo conforme pudermos, até chegar o dia do nosso fim. Gustavo e Gabriel, logo ficaram sabendo que o pai teve uma parada cardíaca, então correrão para o hospital pra obter notícias do pai, mas no fundo eles já sabiam que nunca mais veriam o pai deles com vida, e desde já se faziam de fortes, até algum médico vim os dar a notícia. Não demorou para o médico que tentou o reanimar aparecer na sala de espera, onde os dois já deixavam algumas lágrimas escapar.

-Então doutor, ele...-Gabriel não conseguia concluir as palavras de sua pergunta

O médico respirou fundo, o deu um tapinha nas costas negando com a cabeça.

-Sinto muito, tentamos fazer de tudo para reanima-lo, mas não teve jeito-disse o médico visivelmente triste pois era amigo de Enzo e o conhecia a tempos
-Não acredito nisso-Gustavo chorava feito criança e negava com a cabeça
-Lamento muito a perda de vocês, o Enzo foi um grande homem-disse o médico tentando os confortar, e se retirou da sala, os deixando a sós para chorarem a morte do pai
-Ainda não acredito-Gabriel dizia olhando para o nada e se fazendo de forte, enquanto Gustavo chorava muito
-Eu sei que nunca fomos muito ligados um com o outro, mas...-disse Gustavo querendo um abraço do irmão e Gabriel antes mesmo dele pedir o abraçou
-Agora é só eu, você e a Bia-ele sussurrou no ouvido do irmão-nós dois temos que ser fortes por ela
-Eu quero chorar, então cala a boca e me abraça Gabriel-disse Gustavo num tom desesperado apertando o irmão no abraço

Bia ainda dormia, devido o calmante aplicado nela, por ela estar gravida, eles aplicaram um mais natural, e que não afetaria o bebê, Luan ainda permanecia do seu lado, e rezava de sua forma para que Enzo ficasse bem, porém ele ainda não sabia que o pior já havia acontecido. O médico entrou no quarto onde Bia dormia, o que fez Luan se assustar com o barulho da porta, já que ele estava de cabeça baixa com seus pensamentos, e ao perceber o sembante do médico Luan sentiu seu peito despedaçar.

-Ele não resistiu?-Luan o perguntou já com lágrimas nos olhos
-Infelizmente-o médico disse respirando fundo-os outros filhos dele já sabem, só fique atento quando ela acordar-o médico apontou para Bia-pelo que sei ela era muito apegada a ele, então quando ela acordar é melhor que uma equipe médica já esteja preparada, para qualquer tipo de reação dela, ainda mais sendo gestante
-Tudo bem doutor-Luan apenas assentiu-só eu sei o quanto ela vai sofrer agora-disse Luan a olhando e seu coração apertou de dor
-Mais uma vez eu lamento muito-disse o médico tentando o consolar, e saiu do quarto deixando Luan pior do que já estava

Ele olhava para Bia dormindo tão serena, porém com um sembante assustado, e de dor, pela forma que ela foi sedada, agora ele teria que tirar forças de onde não tinha, para ser a base e o chão de Bia, o que mais o preocupava era a hora que ela acordasse e recebesse a notícia, ele sabia que ela não reagiria bem, e Luan temia por seu filho.

-Você vai ficar bem amor, agora é eu e você que vai dar forças para a mamãe-ele conversava com a barriga dela enquanto lágrimas desciam por seu rosto

Na sala de espera onde Gabriel e Gustavo choravam abraçados, eis que pela primeira vez desde que Enzo foi para o hospital Guilhermina apareceu com o mais largo sorriso no rosto.

-Porque a choradeira? vocês deviam era comemorar, agora a grana toda do querido e falecido Enzo Fiacadore é toda nossa-ela dizia na maior alegria do mundo e os dois filhos a olhavam incrédulos, se perguntando que ser era aquele na frente deles
-Até hoje eu me pergunto como um homem como o meu pai foi se casar com você-Gabriel disse a olhando com raiva, pela cena dela de alegria enquanto ele estava mal com a perda do pai
-Ele sempre foi um tolo meu filho, foi é tarde isso sim-ela sorriu irônica o que fez Gabriel querer a catar pelo pescoço
-Você cala a sua boca para falar do meu pai-disse Gustavo entrando na frente, para que o irmão não fizesse besteira-e acho melhor sair daqui sua bruxa, você não veio aqui nenhum dia enquanto ele ainda estava vivo, e agora só vem aqui para comemorar as custas da nossa dor, some daqui e se você ousar a aparecer no velório do meu pai, eu te mato-disse a olhando com fúria e ela o olhava com desdém
-Mas eu é que não vou perder meu tempo pagando de pobre viúva no velório dele, a unica coisa que eu quero é minha parte na herança para mim me mandar daqui, e ser feliz em Paris, aonde eu sempre mereci estar
-Você vai é para os quintos dos infernos, meu pai não seria trouxa o suficiente para deixar alguma coisa para você-disse Gabriel perdendo a paciência com a mãe
-Ele tem a obrigação de me deixar tudo o que é dele, aturei aquele babaca durante todos esses anos, para chegar o momento que sempre esperei e sair de mãos abanando? mas é claro que não-ela riu irônica-não sei nem porque fui ter vocês-ela disse os olhando da maneira mais fria-se não fossem vocês a herança seria toda minha
-Eu nunca pedi para nascer-disse Gustavo a olhando com ódio-ainda mais nascer de uma cobra manipuladora feito você, o único que sempre amei e vou amar é meu pai, você não é digna nem de pena
-Olha só como a minha florzinha se revoltou-ela ria irônica
-Guilhermina some daqui, ou eu vou te tirar a força-disse Gabriel a olhando sério e já segurando em seu braço para a tirar dali
-Eu tenho minha próprias pernas filhinho-ela disse apertando a bochecha dele e rindo feito uma louca-mamãe vai viajar para ficar longe dessa coisa chata de velório, e depois quando for ler o testamento do querido papai de vocês eu volto-ela disse se soltando dele e saindo rebolando e rindo feito doida
-Preferia ter nascido órfão de mãe-disse Gustavo bufando assim que Guilhermina saiu
-Você acha que eu não queria o mesmo?-disse Gabriel olhando para o irmão-eu não sei que tipo de distúrbio ela sofre, mas acho que ela precisa de um tratamento
-Aquela ali nem nascendo de novo muda, talvez agora ela pegue a parte dela na herança e suma de vez das nossas vidas-disse Gustavo se sentando no sofá visivelmente cansado
-Será que o nosso pai teve a coragem de deixar algo pra ela?-disse Gabriel se sentando ao lado do irmão
-Os dois foram casados a muito tempo, e nem sei se o nosso pai fez testamento, se ele não fez ela fica com alguma coisa?-Gustavo o perguntou-o advogado da familia é você maninho, então ela fica?
-Bom, se não tiver nenhum testamento ou nada declarado de que parte fica para quem, ela fica com alguma coisa sim por ser a mulher dele-ele disse revirando os olhos
-Você sabe se ele deixou algum testamento Biél?
-Eu não sei Gustavo, o advogado do nosso pai não comentou nada comigo, vamos ver o que vai ser de nós agora-disse tentando esboçar um sorriso de canto, mas ainda com uma vontade enorme de chorar
-Você que é o mais organizado, vai atrás das coisas do velório-disse Gustavo olhando para o irmão com uma lágrima escorrendo
-Não sei se tenho cabeça pra isso-disse Gabriel respirando fundo
-Eu muito menos-disse Gustavo abaixando a cabeça e começando a chorar novamente

Susan que tinha ficado em casa com Valentina, pois a pequena dormia, foi para o hospital assim que ela acordou, e assim que chegou, já soube a noticia na recepção, de onde ela avistou Gustavo e Gabriel sentados na sala de espera visivelmente abalados.

-Eu sinto muito meu amor-ela disse deixando algumas lágrimas rolar e se sentando ao lado de Gustavo que chorava e a puxou para um abraço junto com a filha tambem que estava no colo de Susan
-Eu tô super mal-ele disse olhando para Susan com lágrimas nos olhos e ela nada sabia fazer para o consolar, Valentina só observava tudo e estranhou ver o pai chorando
-Papa-Valentina dizia o apontando, e Gustavo a pegou no colo
-Oi meu amor-a deu um beijo-fica aqui com o papai-ele dizia apertando a pequena num abraço e ela não entendia nada apenas olhava arregalada para Susan que tambem chorava
-Vou, ligar para o advogado do papai-disse Gabriel se levantando e enxugando as lágrimas enquanto seguia para a parte de fora do hospital
-Eu sei bem como é isso-disse Susan olhando a cena de Gustavo abraçando a filha-perdi minha mãe bem cedo, e é horrível-ela deixou uma lágrima cair
-E eu perdi meu pai, que representava tudo pra mim, já que mãe, eu nunca soube o que é isso-disse Gustavo tentando enxugar as lágrimas pois Valentina o olhava curiosa
-Desculpa não poder fazer nada Guga, eu...
-Ta tudo bem-ele tentou esboçar um sorriso de canto-pelo menos eu tenho vocês duas comigo-ele disse puxando Susan para o abraçar tambem já que Valentina estava em seu colo-acho que a melhor coisa que aconteceu na minha vida foi você aparecer, e me dar essa princesa de presente-ele deu um beijo no rostinho de Valentina que falava "papa" toda hora
-E a Bia, como ela esta?
-Não sei-disse Gustavo respirando fundo ao se lembrar da irmã-parece que ela foi sedada, e ta de observação em um quarto, o Luan ta com ela, mas ela ainda não sabe que o nosso pai...
-Meu Deus, imagina só como ela vai reagir-Susan disse preocupada-ela já teve muito problema de pressão e com o emocional durante a gravides, e agora vai ser dificil pra ela receber essa noticia
-Nem me diga Susanita, minha maninha vai ficar destruída, acho que assim como eu ou pior
-Ela vai precisar muito de você, do seu irmão e do Luan, principalmente dele
-Pois é, agora ele vai ter que saber lidar com ela, e meu medo maior é de como ela vai reagir ao acordar
-Todos nós estamos com esse medo agora Guga-disse Susan respirando fundo e Gustavo apenas assentiu

Uma meia hora depois, Bia deu os primeiros sinais de que iria acordar, Luan que estava atento a tudo já correu para chamar os médicos, que já prepararam tudo para a hora que ela acordasse, e fosse receber a notícia.

Narrado por Bia.

Eu presenciei a pior cena da minha vida, vendo meu pai desfalecer na minha frente, na hora não pensei em nada, só queria o tirar daquela situação, o fazer ficar bem outra vez, e gritava com todas as minhas forças para ele ouvir que ele não podia me deixar, senti dois braços a minha volta, e a voz que tentava me acalmar era a de Luan, mas nem a doce voz do meu amor poderia me acalmar nessa hora, não compreendia o que estava acontecendo, me sentia em uma cena de terror em um filme, não me dei conta quando fui tirada de perto do meu pai, e só sei que senti uma picada em meu braço, depois disso eu apaguei.
Acordei e me deparei com um lugar muito lindo, um jardim tão verde, tão florido como nunca havia visto na vida, o sol brilhava forte, um rio corria manso e calmo, e sentado em uma pedra na beira do rio avistei meu pai, que tinha mais lindo sorriso no rosto, e estava vestido como um noivo, porém de terno totalmente branco.

-Pai-corri e o abracei tão forte, como se fosse a ultima vez
-Oi minha filha-ele disse da forma mais serena possível sem tirar o belo sorriso do rosto
-Pai, eu tive um sonho horrível-disse ainda abraçada a ele
-Eu sei meu amor-ele disse alisando meu rosto-mas as vezes precisamos ver que algumas coisas não são apenas sonhos
-Eu tenho muito medo disso pai-disse segurando em sua mão que alisava o meu rosto, e que toque mais delicado e suave
-Aprenda a ter medo de outras coisas meu amor, não de seus sonhos, o mal esta na nossa realidade
-Você sempre diz tudo de uma forma tão sabia-sorri de canto
-A gente aprende a ser sábios com o tempo-ele tambem sorriu de canto pra mim-olha só como você esta linda, e esse menino ainda vai te dar muito orgulho-ele disse tocando minha barriga e eu sorri
-Orgulho eu tenho de você-disse colocando minha mão sobre as suas
-Eu sempre soube disso meu amor-ele disse pegando minhas mãos e as dando um beijo-você tambem sempre foi o meu orgulho, todo pai sonha em ter uma filha como você, esteve ao meu lado até o ultimo segundo
-Pai...-disse não entendo a forma que ele dizia
-Seus irmãos tambem são o meu orgulho, Gabriel um dia tambem vai encontrar alguem, e Gustavo ainda vai ter muitos filhos com a Susan-ele sorriu de canto e eu tambem ri-já você, vai ser a mulher mais feliz do mundo ao lado de Luan, só te digo uma coisa minha filha, adversidades na nossas vidas sempre acontecem, e pessoas de mal caráter e sem amor no coração o mundo esta cheio, porém as pessoas boas são a maioria, e no fim o que acaba reinando é a bondade que há em cada um de nós
-Que bom que na minha vida eu sou cercada de gente boa-sorri de canto-tenho o Luan, tenho você, tenho os meus irmãos
-E em breve vai ter esse pequeno-ele tocou outra vez em minha barriga, o que fez o bebê se mexer e eu sentia que ele estava feliz dentro de mim
-Você desperta uma alegria imensa por onde passa, e até meu filho já ama o vô que tem-disse toda feliz
-Só sei que ele vai ser um grande continuador do que eu comecei
-Quem sabe-disse sorrindo
-Bom minha filha agora tenho que ir-disse meu pai olhando para algo atrás de mim, e quando olhei era Guilhermina, que chegava com um belo sorriso no rosto e um vestido totalmente branco, ela foi até meu pai onde os dois se abraçaram de uma forma tão intensa e cheia de amor que eu não acreditei
-Pai, você e a Guilhermina se amam desde quando?-perguntei intrigada com a cena que via
-Quem disse que ela é a Guilhermina?-ele disse sorrindo de canto e ela tinha um belo sorriso ao lado dele
-Pai...-umas lágrimas já queriam inundar meu rosto, eu não queria acreditar naquilo
-Eu estou bem minha filha, finalmente estou ao lado do meu verdadeiro amor, só me promete uma coisa, que você sempre vai lutar por quem você ama, independente de quem for, não se desespere pois eu estou melhor do nunca estive na vida, eu te amo e sempre vou te amar, cuide de quem você ama, e os deixem cuidar de você, até breve meu amor...
-Pai...-e do nada o vi sumir na minha frente juntamente daquela mulher, só uma luz branca invadia minha visão e eu nada mais enxergava

Abri os olhos devagar, devido a luz forte em meu rosto, não entendia nada, pois estavam vários médicos a minha volta, e Luan ao meu lado com uma cara de choro segurando em minha mão, um frio percorreu minha barriga, um arrepiou percorreu o meu corpo, meus pensamentos se voltaram para o meu pai, e não consegui controlar o meu choro.

-Meu amor...-Luan segurava minha mão e me olhava tentando me passar segurança-você precisa ser forte-ele disse segurando uma lágrima e eu senti o mundo a minha volta desabar
-Mantenha a calma-ouvi uma médica me dizendo enquanto colocava um aparelho de medir pressão em meu braço
-Se controla por favor-outro médico dizia colocando algo no soro que estava no meu braço
-Luan-o olhei desesperada e ele apenas chorava
-Meu amor, fica calma, pelo nosso bebê-ele alisava meu rosto com seu jeito mais carinhoso possível
-Luan me diz que é mentira-eu o pedia já nem me dando conta das lágrimas que rolavam em meu rosto-doutor-o olhei-me diz que meu pai esta bem
-Eu confesso que tentamos fazer de tudo para o reanimar, mas já era tarde-disse o médico me olhando tambem deixando uma lágrima escapar mas a enxugou rapidamente-infelizmente o senhor Enzo faleceu

Sim, ele havia morrido, mas eu não conseguia aceitar e nem acreditar, quem iria me dar colo agora? quem iria escutar todas as minhas besteiras cometidas e me dar os melhores conselhos? quem iria ficar vendo filmes bobos comigo até altas horas da madrugada? quem iria ficar uma noite toda abraçado comigo apenas me dando carinho sem dizer uma palavra? quem iria me dizer para nunca desistir do amor? quem? esse "quem" havia morrido, o homem que me deu a vida, que me ensinou tudo o que sei, e que o principal de tudo, me deu amor e me fez ser quem eu sou, esse homem já não existia mais, e o que restaria agora seriam apenas lembranças. Lembranças de minha infância ao lado do melhor pai do mundo, lembranças de cada abraço, cada conselho, cada ensinamento, cada puxão de orelha, cada mero detalhe de seu sorriso, de seu jeito, tudo dele iria restar somente lembranças.

-PAI-só pude gritar isso e fechar meus olhos, e um filme começou a passar em minha cabeça
-Amor-eu ouvia Luan me dizendo e o senti me abraçar fortemente
-Ele não pode ter ido embora-sussurrei em seu ouvido em meio as lágrimas
-Seja forte meu amor, eu estou aqui com você e sempre vou estar-ele me abraçava mais forte ainda

Eu não sabia mais o que fazer dali em diante, metade de mim havia partido para nunca mais voltar, meu pai era tudo pra mim, certas coisas na minha vida só o senhor Enzo me entenderia e me diria o que fazer, mas agora eu não o tinha mais, e doeu de uma forma tão intensa no meu peito me imaginar sem elem que eu não sabia como reagir. Luan e os médicos só me pediam para manter a calma a todo instante, e eu permanecia confusa e perdida em meus pensamentos, Luan não saia do meu lado nenhum segundo e eu o vi se fazendo de forte para me fortalecer tambem, com certeza se não fosse ele do meu lado seria bem pior, e como eu prometi ao meu pai, vou lutar até o fim para estar sempre com quem eu amo, já que o meu maior ensinador do amor agora seria apenas meu anjo. Eu não estava bem com a morte do meu pai, porém algo dentro de mim me fortalecia e me confortava e eu não sabia explicar o que era, tudo estava bem com o bebê, consegui controlar minhas emoções para não o afetar em nada, meus irmãos e Susan foram me ver e tambem se faziam de fortes e se seguravam para não chorarem perto de mim.

-O médico disse que se você quiser já pode ir pra casa amor-disse Luan após meus irmãos e Susan terem saído do quarto, ele que não saio do meu lado um segundo estava visivelmente cansado
-Por mim tudo bem-disse o olhando com meus olhos marejados
-Então vem-ele com todo cuidado possível me ajudou descer daquela cama de hospital-quer que eu te leve até o carro-perguntou comigo no colo
-Não precisa amor-tentei sorrir de canto para o agradecer por todo esse cuidado comigo-pode me colocar no chão

Mesmo comigo no chão, Luan segurava em minha cintura em forma de apoio enquanto seguiamos para a recepção do hospital, para assinar uns papéis já que fiquei de observação algumas horas. Papéis assinados, seguimos para o seu carro sem trocar nenhuma palavra, deitei minha cabeça no banco e fui observando o caminho pela janela até chegar na casa de Luan, assim que ele estacionou o carro, eu pude ver que ele estava mal tambem, e que estava sem saber o que fazer para não me ver mal.

-Amor-Luan disse enquanto ainda estavamos dentro do carro e segurou minha mão-eu sei que ta sendo muito difícil pra você tudo isso, mas saiba que eu tô aqui pra tudo ta, talvez eu não tenha as melhores palavras pra te confortar, mas...
-Luan, só me abraça-disse me jogando em seus braços e ele me apertou forte enquanto eu me esvaziava deixando toda a dor dentro de mim sair junto das lágrimas



-Então chora meu amor, se livre dessa dor, coloque tudo pra fora-Luan dizia de sua forma mais protetora possivel

Então eu chorei, fiquei um bom tempo chorando tudo o que tinha vontade em seus braços, e só depois de me recompor um pouco que entramos em casa, dona Marizete e Bruna estavam na sala, e assim que entrei em casa as duas me olharam com pena e vieram me abraçar.

-Sinto muito querida-disse dona Marizete me abraçando-qualquer coisa que precisar conta comigo
-Obrigada Mari-tentei sorrir de cato pra ela
-Bibi-disse Bruna com sua carinha super triste me abraçando forte-sinto muito cunha
-Eu tambem Bubu-disse respirando fundo e Luan me abraçou por trás e beijou meu ombro
-Vem descansar um pouco meu amor, amanhã ainda tem o velório pra gente ir-ele disse enquanto seguiamos pro seu quarto
-Não quero ir em velório nenhum Luan-disse o olhando enquanto deitavamos em sua cama
-Porque amor?-ele perguntou me puxando para me deitar em seu peito
-Quero me lembrar dele com vida, não quero ir lá para olhar para aquele caixão vendo o meu pai lá dentro-deixei uma lágrima escapar
-Tudo bem meu amor, se você quiser a gente não vai-ele disse acariciando meus cabelos
-Só quero ficar aqui com você amor, e quero esquecer que tudo isso aconteceu-disse fechando os olhos e sentindo o carinho dele em meu cabelo
-Vai ser tudo conforme você quiser meu amor, se quer ficar aqui tudo bem
-Só não sai de perto de mim Luan-disse sussurrando pra ele ouvir
-Eu nunca vou sair de perto de você, nunca-ele disse me dando um beijo na testa

Fiquei o resto do dia com o Luan no quarto, ele assistia uma série na TV e eu estava agarrada a ele apenas sentindo seus carinhos e cuidados comigo, com muita insistência dele tive que sair da cama para tomar um banho bem quente e relaxante de banheira com ele, onde não tinhamos nenhuma segunda intenção, ele apenas queria estar junto de mim em tudo e me provando o quão maravilhoso era ter ele por perto, me dando a atenção e o carinho necessário. Após o banho Luan fez uma massagem em meus pés e em minhas costas para me relaxar um pouco mais, e depois insistiu para que eu fosse comer alguma coisa, apenas cedi por causa do bebê, caso contrario nem daquele quarto eu sairia hoje.

-Come um pouco mais da sopa que fiz para você Bia-dizia dona Marizete preocupada só por eu ter dado umas três colheradas na sopa cheia de legumes que ela preparou
-Não estou com fome Mari, acho que se eu forçar vou ficar enjoada
-Mas você precisa comer amor-disse Luan tambem me olhando preocupado-cê tem que se alimentar para manter o bebê forte e saudável, o médico sempre te diz isso amor
-Eu sei, mas é que não consegue descer-disse respirando fundo
-Se quiser eu preparo alguma outra coisa que quiser comer Bia-disse dona Marizete
-Não precisa Mari-sorri de canto pra ela
-Amor, tenta comer só mais um pouquinho então-disse Luan-se quiser te dou comidinha na boca minha neném-disse chegando sua cadeira mais perto da minha e ri de canto com a atitude dele
-Mas amor...-O olhei com cara de manhosa
-Cê vai comer mais um pouquinho sim, quer ver-disse ele pegando minha colher enchendo de sopa e levando até minha boca-abre a boquinha amor-dizia de uma forma tão fofa que deu um sorrisinho de canto e tive que fazer o que ele mandou-isso ai, neném obediente-ele disse apertando minha bochecha e eu ri de novo
-Bobo-disse após comer a colherada que ele havia me dado
-Gosto de ver você sempre assim, com esse sorriso no rosto-ele disse sorrindo de canto
-Só você pra me fazer sorrir num momento desses-disse o olhando sorrindo de canto e ele me deu um selinho
-Agora vamos comer mais uma vez, abre a boquinha-ele pegou outra colherada e levou até minha boca-isso, olha só como eu sei cuidar da minha neném direitinho
-Quando o bebê nascer pelo menos você vai saber dar papinha pra ele-disse Bruna rindo de canto
-Olha só, já tô até treinando pra quando for o meu garotão-disse Luan rindo e pegando outra colher de sopa-abre a boquinha, e vamo comer papinha
-Não sou criança amor-disse rindo do jeito bobo dele
-Mas é a minha neném, que eu tenho que cuidar, então fica quietinha e come

E com essa brincadeira boba do Luan acabei comendo um puco mais, depois me senti um pouco enjoada e o deixei terminar sua janta enquanto subi pro quarto de novo, mas ao invés de ir pro nosso quarto, fui até o quarto que seria do bebê, ainda faltava a pintura, e chegar os móveis, mas ali já tinha algumas coisas que já haviamos comprado pra ele anteriormente, e fiquei mexendo nas roupinhas, nos sapatinhos e em alguns brinquedos, senti o bebê se mexer dentro de mim, e me lembrei do sonho que tive com o meu pai no hospital, deixei algumas lágrimas rolar, e uma coisa não me saiu do pensamento, na verdade uma das coisas que meu pai havia me dito em relação ao meu filho "Só sei que ele vai ser um grande continuador do que eu comecei", senti o bebê chutar minha barriga e eu a alisei para conversar com ele.

-O que foi meu amor? você ta sentindo que a mamãe não ta bem né? desculpa te fazer passar por isso bebê, mas é que é duro demais tudo isso-deixei uma lágrima rolar-seu avô foi um homem incrivel, e que pena que você não vai poder conhecer ele-o senti dar outro leve chute-o que foi meu amor? o que você quer dizer para a mamãe? tambem queria que o vovô Enzo estivesse aqui né?-o senti chutar outra vez como se confirmasse isso-pois é meu amor, é o que a mamãe mais queria agora, que tudo isso não passasse de um pesadelo-disse respirando fundo

Fiquei mais um pouco ali vendo as coisinhas do meu filho, e do nada me veio ao pensamento que ele ainda não tinha um nome, Luan entrou em nosso quarto e eu estava pensativa.

-Ta bem meu amor?-ele perguntou todo carinhoso me dando um beijo no rosto e se deitando ao meu lado
-Tô na medida do possível-disse sorrindo de canto
-Se eu pudesse eu juro que mudava tudo isso meu amor-ele disse me olhando nos olhos e acariciando meu rosto
-Eu sei meu amor, mas ninguem pode fazer mais nada
-O que mais me machuca é ser incapacitado e não poder fazer nada-ele disse suspirando fundo e eu o abracei
-Eu sei meu amor, mas agora só nos resta nos conformar e seguir a vida
-Mas é tão dificil tentar seguir em frente te vendo com essa carinha triste, queria que a sua dor passasse pra mim
-Acho que nem assim, iria diminuir o que eu tô sentindo-disse suspirando e ele beijou minha testa

Ficamos um tempinho abraçados, até que me lembrei da decisão que havia tomado e resolvi a dizer a Luan, ele entendeu meus motivos e tambem concordou comigo, uma questão a menos estava resolvida, e eu estava feliz por ter um homem como o Luan ao meu lado, que me entende e que cuida de mim, com certeza ele é minha outra metade, se nesse momento tão trágico de minha vida eu ainda estou de pé é porque ele me dá forças, e esta ao meu lado me ajudando a caminhar mesmo que seja em passos lentos, e a cada dia mais eu tenho a certeza que quero tê-lo pelo resto dos meus dias ao meu lado, apenas por esses gestos e atitudes, Luan sem duvidas nem uma foi feito para mim, e eu juro que daria a minha vida por ele, como eu tenho a certeza que ele daria a vida dele por mim, é tão bom amar e ser amada, ainda mais quando temos a certeza que esse amor é totalmente puro e verdeiro.

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Olá amores, infelizmente o Enzo morreu :'( o capitulo foi pequeno de novo, mas prometo que em breve recompenso vcs, com a morte dele vai gerar muitos acontecimentos, e se quiserem saber o que é comeeentem bastante e não me abandonem, beijos <3 eu amo vcs











9 comentários:

  1. Nega ta muito bom...
    Continua...

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  2. Que triste eu chorei com a morte do Enzo e se nao fosse o Lu agora a Bia nao ia conseguir seguir em fremte. Posta mais more 😍😍

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  3. Nao sei porque mais eu acho que o nome desse bebê já está mais que escolhido e é em homenagem a alguém hein... Adorei o capítulo Bea

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  4. que pen ao enzo moreu ele nao vai reencarna no filho da bia nao né ou vai.

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  5. oi nega leitora nova aqui o/
    to muito triste por que o enzo morreu :(
    continua logo pelo amor de deus que eu to muito curiosa sua fic e muito boa a historia e diferente de todas que eu ja li to amando então nao pare de escrever pelo amor de deus
    bjs
    by: Ana Thaís

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  6. Continua ta muito legal chorei :(

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Cada comentário é um beijo no Luan, comentem ai amores ;)