segunda-feira, 27 de outubro de 2014

53ºCapitulo

-Pai-disse deixando lágrimas de felicidade rolar pelo meu rosto enquanto ele vinha correndo me abraçar
-Minha filha-ele disse me abraçando forte
-Ai-reclamei um pouquinho de dor já que ele me apertava forte
-Me desculpe-disse sorrindo de canto e me dando um beijo na testa logo em seguida
-Pai, senti tanto sua falta-disse segurando sua mão
-Tambem morri de saudades de você meu amor-disse beijando minha mão
-Pai não precisava ter viajado só por minha causa, mas eu adorei isso-disse dando o mais sincero sorriso pra ele
-Você é minha vida Bia, eu sou seu pai e me preocupo com você-disse acariciando meu rosto-e que ideia foi essa de tomar meu vidro inteiro de calmantes mocinha?-disse me olhando sério
-Me desculpa pai eu...
-Você quase me matou do coração, eu estava com um pressentimento ruim, mas não imaginava que você tivesse feito essa besteira tão grande, porque você fez isso Bia? não tem motivos para você querer se matar
-Você diz isso porque não estava aqui e não presenciou nem ouviu o que eu descobri sobre minha mãe-disse deixando minhas lágrimas de dor escapar-se é que ela merece que eu a chame assim
-O que a Clarissa aprontou dessa vez?-perguntou me olhando e enxugando minhas lágrimas
-Simplesmente fez por merecer o troféu de pior mãe do mundo
-Mas o que aconteceu, em?-disse se sentando em uma cadeira ao meu lado e segurando minha mão
-Eu descobri que tenho um irmão, que ela mesma abandonou-meu pai arregalou os olhos após ouvir isso-mas isso nem é o pior de tudo-disse fechando meus olhos e criando coragem para dizer-eu descobri que ela... ela não queria que eu existisse-mais lágrimas rolaram por meu rosto-ela queria me abortar-disse abaixando minha cabeça e logo senti os braços de meu pai a minha volta
-Agora ta tudo bem, eu to aqui minha filha-disse o mais calmo possivel
-Você sabia disso, não sabia?-perguntei o olhando nos olhos e desfazendo o nosso abraço
-Sabia-ele disse fechando os olhos e respirando fundo-mas eu a impedi de fazer isso, e...
-Porque você simplesmente não concordou com ela, que hoje eu nem estaria aqui para...
-Bia, não diz bobagem, você é a pessoa mais importante da minha vida, nunca mais diga isso
-Porque não pai? porque desde antes mesmo de mim nascer eu já fui rejeitada pela minha propria mãe, e que sentindo faz eu ter vivido ate hoje?
-Bia, para de dizer isso-ele disse deixando uma lágrima escapar-eu jamais abandonaria um filho meu, jamais-disse acariciando meu rosto-você pode achar que nunca foi amada, ou que nunca foi desejada por sua mãe, mas eu te amei desde o momento que descobri que seria pai novamente-ele disse deixando as lágrimas rolar-você é meu bem mais precioso, eu te amo minha filha, e não sei o que seria da minha vida se você não existisse, me perdoa por não estar sempre com você, mas nunca diga que você não é amada, porque desde que você era um simples feto, eu já te amava mais que minha propria vida-ele dizia emocionado
-Me desculpa pai-disse o puxando para um abraço-me desculpa
-Ta tudo bem meu amor-disse enxugando minhas lágrimas e beijando meu rosto-agora seu pai esta aqui, e eu não vou sair de perto de você
-Promete?
-Prometo-disse beijando minha testa e acariciando meus cabelos

Ficamos num momento em silêncio só com troca de carinhos e um sentindo a presença do outro, o analisei por um instante e ele parecia mais magro e estava meio pálido, devia ser por causa da doença, mas eu sabia que ele era forte, e a viajem longa e as pressas tambem deve ter acabado com ele. Meu pai era simplesmente a pessoa que não merecia que eu o fizesse chorar, pois eu sei que ele me ama, e mais essa vez ele me provou ser o melhor pai do mundo e que é o homem mais importante da minha vida.

-Quando eu liguei pra você e o Luan atendeu o celular meu coração gelou na hora, eu pressentia que tinha acontecido alguma coisa com você-disse enquanto acariciava meus cabelos
-Que história é essa que o Luan atendeu meu celular?-pois é ainda tinha o Luan, e me lembrar dele fazia meu peito apertar e eu não sabia o que fazer em relação a ele
-Se você ainda não sabe, foi ele quem te trouxe pro hospital, e graças a ele os médicos conseguiram te salvar a tempo, caso contrario você teria...-disse respirando fundo e negando com a cabeça-enfim, e ele ficou a noite toda aqui no hospital, foi embora faz pouco tempo pois eu cheguei e insisti que ele fosse descansar um pouco, o Luan realmente te ama muito filha, e você precisava ter visto a situação dele quando cheguei aqui, ele...
-Pai, eu não quero saber do Luan-disse respirando fundo e mal acreditava no que eu tinha acabado de dizer
-O que?-ele perguntou me olhando sem acreditar
-É isso, eu não quero mais saber dele
-Como não Bia? o Luan te ama minha filha, ele sacrificou a noite de sono dele para ficar aqui enquanto você não acordava, ele...
-Pai, chega de falar dele-disse tentando conter minhas lágrimas-eu não quero mais saber do Luan-disse não mais conseguindo segurar as lágrimas
-Ana Beatriz, para de dizer bobagens, o Luan é seu namorado, eu não vejo outro cara para se casar com você a não ser ele, e...
-Pai já chega, eu não quero mais falar do Luan, ou ouvir falar do Luan, já chega disso...-disse fechando os olhos enquanto minhas lágrimas rolavam e meu pai me olhava perplexo


-Bia se você o deixar vai ser o maior erro da sua vida, não faça isso com você mesma, é muita burrice 
-Vai ser o melhor pai, eu tenho meus motivos
-Quais motivos? me diz?-meu pai perguntou me encarando
-Eu e ele poderíamos... ser irmãos-disse num sussurro
-Irmãos?-meu pai me olhou mais uma vez sem acreditar
-Sim, se lembra que eu disse que descobri que tenho um irmão que a Clarissa abandonou?-meu pai apenas assentiu boquiaberto-esse filho dela, é fruto de um relacionamento que ela teve com o pai do Luan
-Mas... ele não é seu irmão-disse meu pai concluindo aquilo e andando de um lado pro outro no quarto-Bia não tem como vocês serem irmãos, se esse tal filho da Clarissa é com o pai dele, a unica coisa que vocês tem em comum é que essa tal pessoa desaparecida é irmão de vocês dois
-Eu sei pai, mas e se o pai do Luan continuasse com a minha mãe? consequentemente eu poderia nascer e então eu seria irmã dele
-Mas Bia, da onde você tirou essas ideias absurdas? eu sou seu pai, EU, você é minha filha e da Clarissa, não teria possibilidade alguma de você e o Luan serem irmãos
-Mas pai, você não entende, a mãe do Luan já estava gravida dele, e o pai dele abandonou minha mãe gravida por isso, então se a mãe do Luan já estava gravida dele e o pai dele continuasse tendo um caso com minha mãe, eu poderia ter sido...
-Bia para por ai-meu pai pediu passando as mãos pelos cabelos em sinal de nervosismo-eu já estou ficando louco com essa historia, vou tomar um ar, quer que eu mande o Gustavo ou o Gabriel entrar?
-Não, eu quero ficar sozinha
-Tudo bem-meu pai assentiu e saiu as pressas do quarto

Eu outra vez me derramei em lágrimas, a unica coisa que tenho feito ultimamente é chorar, e ninguem entendia essa minha suposição, eu amava Luan com todas as minhas forças, mas saber que minha mãe e seu pai já tiveram algo no passado me fez perder todas as esperanças que eu e ele possa dar certo, agora o passado veio a tona para nos atormentar, e a mais atingida fui eu, sei que vai ser a coisa mais dificil da minha vida o que eu estou prestes a fazer, que vai doer muito nele, mas confesso que já esta doendo mais ainda em mim, e que me esquecer do Luan vai ser a tarefa mais árdua e impossivel que já fiz um dia.

Narrador on.

Enzo saiu super atordoado do quarto de Bia com as coisas que acabará de escutar, ele chegou na sala de espera e seu coração doeu ao ver Luan ali com a maior cara de sono e de preocupação.

-Ela já acordou, o Gustavo acabou de me ligar e eu vim correndo pra cá-disse Luan sorrindo de canto
-É, ela acordou, e não esta se sentindo muito bem-Enzo mentiu pois sabia que Luan iria querer vê-la
-Sera que eu já posso entrar lá?-Luan perguntou a Enzo com um brilho enorme nos olhos e mais uma vez seu coração sangrou
-Olha Luan a Bia esta cansada e eu sai de lá, porque ela queria ficar sozinha, ela ainda não consegue lidar com tudo o que aconteceu-disse Enzo tentando de alguma forma falar para Luan não ir lá
-Pra mim tambem esta sendo dificil-disse Luan respirando fundo
-Papi já posso ir ver minha irmã?-perguntou Gustavo cutucando Enzo
-Não Gustavo, ela quer ficar sozinha, e nem eu ela quis que ficasse por lá
-Mas eu tenho certeza que o bofe dela, ela vai querer ver-disse Gustavo apontando para Luan que sorriu de canto
-Qual a parte do ela não quer ver ninguem e quer ficar sozinha você não entendeu?-disse Enzo encarando Gustavo que revirou os olhos para o pai
-Mas ela não esta em horario de visitas?-perguntou Luan
-Não sei Luan, teria que ver com o médico dela, mas deixa ela ficar um pouco sozinha, ela esta com mil e um pensamentos, acho que ela precisa parar e pensar um pouquinho em tudo o que esta acontecendo, porque não esta sendo fácil pra ela-disse Enzo colocando suas mãos sobre o ombro de Luan-espere um pouco que tenho certeza que daqui a pouco ela vai querer te ver
-É o que eu mais quero-disse Luan sorrindo de canto e se sentando ao lado de Gabriel que estava concentrado em seu celular

Enzo não estava confortavel vendo Luan ali, e sabendo que Bia não queria mais saber dele, então foi para a área verde do hospital onde tinha um pequeno jardim, para respirar um pouco e pensar numa forma de fazer Bia esquecer seus planos malucos em relação a Luan. Na sala de espera Luan estava super ansioso para ver Bia e Gustavo o colocava mais pilha ainda.

-Gustavo, da pra ficar quieto um pouco-disse Gabriel olhando sério para o irmão
-Os incomodados que se mudem maninho-disse o olhando e rindo de canto
-Você fala demais Gustavo, não vê que o Luan já esta de saco cheio do seu falatório?
-Se o meu cunhadinho não reclamou ate agora é porque não esta-disse Gustavo dando de ombros e se voltando para Luan-estou te incomodando cunhadinho?
-Não-Luan o respondeu sorrindo amarelo
-Viu-disse Gustavo todo convencido mostrando língua para Gabriel que revirou os olhos
-Como a Bia esta?-disse Susan chegando por ali comendo uma barra de chocolate
-Ela já acordou e quer ficar sozinha-disse Gustavo assim que a viu
-Que bom-ela sorriu de canto e se sentou ao lado de Gustavo
-O que é isso?-ele perguntou curioso
-Chocolate, quer?-ela o ofereceu
-Não, isso engorda e dá espinhas
-Eu sei, mas seu filho quer então tive que comer-disse ela apontando para sua propria barriga
-Oi Susan, como esta você e o bebê?-disse Luan a cumprimentando
-Oi Luan, estamos bem-ela disse sorrindo toda boba passando a mão na barriga
-Essa dai é a doida que engravidou de você?-disse Gabriel apontando para Susan arregalado
-É sim maninho, e antes que você me pergunte qual o nome desse sem sal queridinha, ele é meu irmão Gabriel, e Gabriel essa é a Susan-disse os apresentando
-Nossa seu irmão não se parece nada com você, só os olhos que tambem são azuis-disse Susan os comparando
-Graças a Deus né-disse Gustavo erguendo as mãos pro céus-eu sou lindo e loiro, puxei o papi e minha maninha linda, e ele puxou minha mãe, inclusive no mal humor-disse Gustavo rindo
-Haha, muito engraçado-disse Gabriel voltando a mexer no seu celular e não dando a minima pro que o irmão falava
-Guga acho que o chocolate não me caiu bem-disse Susan sentindo um enjoo bater-vou no banheiro e já volto
-Ok, vai lá por tudo pra fora, só não põe o baby

Susan riu do comentário dele e foi correndo pro banheiro, Gustavo apesar de não demonstrar muito que se preocupava com Susan, saiu dali disfarçadamente indo em direção dos banheiros, para ver se ela estava bem.

-Minhas costas já estão doendo-Gabriel reclamava se levantando do sofá-acho que vou dar uma volta por ai tambem-disse para Luan que apenas assentiu

Luan ficou sozinho por ali e ele sentia a necessidade de ir ver Bia, já que ele estava sozinho e se lembrava mais ou menos aonde era o quarto que ela estava, decidiu ir ate lá, mas no mesmo momento em que ele se levantou ele ouviu alguem o chamar.

-Pi-Bruna chamou o irmão e foi correndo ate ele o abraçar
-O que cê ta fazendo aqui Bubu?-perguntou abraçando a irmã
-Eu soube que a Bia tava aqui e quis vim ver ela
-Oi Luan-disse Max chegando por ali abraçado com Francielle
-E ai tio-disse Luan o dando um toque com as mãos e cumprimentando Francielle
-Como a Bia ta Luan?-Fran o perguntou preocupada
-Ela já esta bem-ele sorriu de canto-como vocês souberam?
-Eu que disse pra eles Pi, o tio Max chegou lá em casa e ai eu contei pra ele que sua namorada estava no hospital, e como a Fran é a melhor amiga dela, ele ligou pra Fran e eles vieram comigo pra cá
-Entendi-disse Luan se sentando novamente já que seu plano de ir ver a Bia não deu certo

Eles ficaram conversando e logo Gustavo e Susan chegaram ali, Francielle claro que ainda se sentia incomodada ao ver Gustavo e saber que ele seria pai, mas ela tentava disfarçar bem, já que estava realmente gostando de Max. 

Enzo narrando.

Saber que minha filha tentou se matar foi a pior noticia do mundo, assim que cheguei no hospital o médico me informou tudo o que tinha acontecido e eu me sentia culpado por não estar aqui para impedir ela de tentar fazer essa loucura, mesmo sem saber o motivo que a levou a isso. Depois de vê-la e saber que ela estava bem, meu coração se aliviou, mas depois de ouvir o que Clarissa havia aprontado e que Bia havia descoberto tudo me deixou sem reação, eu sabia que ela não queria ter nossa filha e planejava a abortar, mas não sabia que ela já teve outro filho e o pior de tudo que o abandonou, e que ele era fruto de um caso que ela teve com o pai de Luan. Fiquei andando pelo jardim do hospital tentando achar uma solução para isso tudo, eu sabia e via o quanto Luan a amava, e que ela tambem o amava muito, mas ela estava confusa e queria acabar com esse amor tão lindo que há entre eles, eu não pude viver nem ter um amor, e por isso eu queria que meus filhos vivessem e tivessem a chance que eu não tive, de construir uma vida ao lado de quem se ama e que nos retribui esse amor.

-Pai, eu tenho umas coisas urgentes para resolver em São Paulo, e eu queria ver a Bia antes de ir-ouvi Gabriel dizer chegando ali onde eu estava
-Sua irmã precisa de um tempo sozinha filho, sei que esta chato e cansativo ficar aqui pra você, mas obrigado por ter vindo-disse o dando um abraço paternal, já que era raro isso acontecer entre eu e ele-senti saudades de você-sussurrei no ouvido dele
-Tambem senti saudades pai-disse me surpreendendo ao apertar o abraço
-Vem, vamos ver sua irmã, e ai você esta livre para voltar a seu trabalho
-Desculpa por ser assim, mas é meu trabalho e eu...
-Tudo bem Gabriel, eu te entendo

Voltamos para dentro do hospital e tinha mais gente por ali, reconheci Susan, a amiga de Bia, e os outros dois eu não sabia quem era, mas deviam ser parentes do Luan, já que se pareciam com ele.

-Oi gente-disse os cumprimentando-Susan, como vai o meu netinho?-disse indo a abraçar
-Vai bem senhor Enzo-ela respondeu toda feliz passando a mão em sua barriga
-Pai vamos logo-Gabriel me cutucava me apressando
-Vou levar o Gabriel para ver a Bia, já que ele precisa voltar agora para São Paulo-disse os avisando e senti o olhar do Luan sobre nós
-Eu posso ir tambem?-Luan perguntou se levantando e mais uma vez meu coração cortou
-Espere aqui Luan, depois que voltarmos você vai e fica a sós com ela-disse sorrindo amarelo e os olhos dele brilharam enquanto ele assentia

Segui com Gabriel ate o quarto onde Bia estava e ela estava com o olhar perdido, parecia pensar, dei uma batida de leve na porta e ela nos olhou sorrindo de canto e enxugando uma lágrima que caia, ela com certeza estava chorando pois seu rosto estava todo vermelho. 

-Biél-ela disse sorrindo para o irmão e o chamando com a mão para a abraçar
-Oi Bia, como esta-ele disse indo a abraçar com cuidado
-To na medida do possivel bem-disse sorrindo de canto
-Que bom, fico feliz que esteja melhor, você nos deu um enorme susto, nunca mais faça isso
-Pode deixar, que eu nunca mais vou fazer-disse rindo-vem cá pai-ela me chamou
-Já estou aqui minha princesa-disse indo pra perto dos dois e segurando sua mão
-Pai, eu quero ver o Guga, ele tambem esta ai?
-Ta sim minha filha, depois eu o mando entrar
-Quem esta doido pra te ver é seu namorado Bia-disse Gabriel
-Ha o Luan-ela disse tentando dar um sorriso amarelo
-Sim, ele esta aqui desde ontem Bia, e não saiu dali um minuto, me desculpe pela ultima vez que vi vocês dois, eu...
-Tudo bem Biél-ela disse segurando a mão do irmão
-Eu só queria dizer que estou feliz vendo você com ele-Gabriel disse esboçando um sorriso de canto
-Obrigada-Bia disse respirando fundo
-Você ainda esta cansada meu amor?-perguntei alisando seus cabelos
-Um pouco pai
-Ainda quer ficar sozinha? tem um monte de gente lá fora querendo te ver-disse tentando a animar
-Não sei-ela deu de ombros-seria pedir muito pra ficar só você aqui comigo?-me perguntou já com os olhos marejando
-Não-eu disse beijando sua mão
-Ok, já entendi que querem um momento pai e filha-Gabriel disse meio sem graça
-Não Biél, se quiser pode ficar aqui-disse Bia puxando o irmão pela mão-é que eu queria um pouco de colo de pai-disse ela me olhando e eu entendi que ela ainda estava mal
-Eu sei-ele riu de canto-eu preciso ir agora Bia, fica bem-disse Gabriel dando um curto abraço na irmã e beijando sua testa
-Biél eu não to te expulsando, pode ficar aqui tambem-ela disse tetando consertar a situação
-Eu sei Bia, mas é que eu ainda preciso voltar pra São Paulo
-Tudo bem-ela entendeu que era trabalho-vai com Deus Biél
-Amém, fica com ele tambem-disse dando um beijo no rosto da irmã-vai ficar aqui pai?-ele me perguntou
-Vou, e por favor, diz que ela quer ficar um pouco comigo, que depois que eu sair outro pode entrar
-Ta bem-ele disse vindo me abraçar

Gabriel se despediu de mim e de Bia do jeito dele e saiu dali, no mesmo instante Bia me olhou já com lágrimas nos olhos e eu corri para abraça-la.

-Já pensou no que vai fazer?
-Já pai, e eu sei que vou magoar o Luan, mas eu preciso fazer isso-disse me entregando um papel dobrado-entrega pro Luan-disse em meio aos choros-e por favor não lê-disse me impedindo de abrir o papel
-Bia, não faz isso, eu não quero te ver sofrer meu amor
-Pai eu já tomei minha decisão-disse decidida enxugando suas lágrimas-entrega esse papel pra ele, e diz que ele pode ir embora, não quero sair do hospital e dar de topa com ele
-Bia, pensa direito...
-Pai, só faz o que eu te pedi-disse me interrompendo-vai lá agora, e entrega isso pra ele, e se ele te questionar, diz que... que... que essa é minha decisão e que eu quero que ela seja feliz e siga sua vida... sem mim-disse Bia ainda aos prantos
-Minha filha, eu como pai, quero mais que ninguem a sua felicidade, e por isso, eu te peço para não fazer...
-Pai, se você me ama e quer me ver feliz, faz isso, eu vou superar-ela disse firme e virando o rosto pro lado
-Bia, eu não sei o que esta escrito nesse papel, mas a escolha esta sendo sua, então depois não se arrependa disso-disse com meus olhos inundados por lágrimas
-Eu não vou me arrepender disso pai, agora vai lá, e acaba com isso de uma vez
-Tudo bem-apenas assenti e com o meu peito rasgando por dentro fui fazer o que Bia me pediu

Cheguei a sala de espera, e Luan me olhou todo feliz, com certeza achando que Bia iria querer vê-lo, senti meu coração acelerar, e uma dor de cabeça forte me invadia aos poucos, fui indo lentamente na direção de Luan, e meio contra minha vontade o entreguei aquele bilhete.

-A Bia me mandou te entregar-disse não segurando mais minhas lágrimas

Sai correndo em direção ao banheiro, pois não queria que ninguem presenciasse a derrota de um pai, vendo o futuro e a felicidade da filha ser destruidos, e não queria ver principalmente a reação de Luan, que com certeza seria a pior de todas, senti aquela dor de cabeça ficar mais forte e me segurei na pia do banheiro para não cair, eu sabia que estava quase morrendo, e agora o desgosto iria me matar antes da minha doença.

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Capitulo tenso :/ o que sera que esta escrito nesse papel? e Enzo não esta passando bem, sera que vai acontecer algo com ele? e Luan e Bia como vão ficar depois disso tudo? comentem ai amores, bjooos









domingo, 26 de outubro de 2014

52ºCapitulo

Luan Narrando.

O que eu tinha planejado pra ser um ótimo jantar para finalmente assumir meu namoro com Bia depois dele, acabou se tornando um filme de terror e drama. A cada palavra dita por Clarissa eu mal podia acreditar que o homem que ela descrevia era o homem que eu mais amo e me espelho na vida, que ele era meu próprio pai. O que mais me doeu foi ver minha mãe chorar desesperada e ouvir que ela foi enganada durante esses anos todos por ele, isso realmente eu nunca esperava, foi a pior cena da minha vida, e o que eu achava que já estava ruim, só piorou mais, quando senhor Getulio disse que Clarissa planejava abortar a Bia, isso me corroeu por dentro, imaginar que o amor da minha vida poderia nunca ter existido, só fez a ferida que estava aberta em meu peito sangrar mais. No momento em que vi Bia saindo dali correndo feito uma louca, fui correndo atrás, tentei gritar por ela, mas me assustei ao ver ela arrancar com o seu carro, não pensei duas vezes e fui atrás da chave do meu carro e nem estava prestando mais atenção em nada nem ninguem ali naquela sala, adentrei meu carro as pressas e corri o mais depressa que pude atrás de Bia, não imaginava aonde ela poderia ter ido, mas graças a Deus vi o carro dela estacionado em frente ao prédio onde mora e já desci correndo assim que estacionei.

-Ei, aonde você vai?-o porteiro do prédio me parou assim que eu ia as pressas para entrar ali
-Vou no apartamento da Ana Beatriz Fiacadore, com licença-eu ia tentar passar mas ele me impediu de novo
-Me desculpe mas você não pode subir
-Como não?-o encarei já me irritando
-Ordens da proprietária de não deixar ninguem subir e...
-PORRA SAI DA MINHA FRENTE, NÃO ME INTERESSA ORDEM NENHUMA-disse já fora de mim e empurrando o porteiro que me olhou arregalado

Corri para pegar o elevador e dois seguranças apareceram impedindo minha passagem, mais essa agora.

-Sinto muito mas você não pode subir-disse um moreno alto me encarando
-Agora não posso nem mais subir no apartamento da minha namorada, que ótimo-ri irônico-mas foda-se vocês eu vou subir vocês querendo ou não-disse tentando os empurrar e passar no meio deles, mas eles me seguraram forte
-Se tentar alguma coisa de novo vamos ser obrigados a usar a força com você-disse o outro segurança fortão me olhando sério

Respirei fundo e tentei me acalmar, mas Bia estava sozinha no seu apartamento e eu sabia que do jeito que ela estava com certeza estava pensando em fazer alguma besteira, ou se já não tivesse feito. Olhei em direção as escadas de emergência e não pensei duas vezes, fui correndo e as subindo, os seguranças vieram atrás de mim e eu corria como nunca, por sorte o apartamento de Bia era no terceiro andar então logo cheguei lá, tentei abrir a porta e nada, ela estava trancada.

-BIA ABRE ESSA PORTA, SOU EU LUAN-gritei esmurando a porta e ela nada de me responder

Os seguranças logo chegaram ali e meu desespero aumentou, eles me olhavam com uma cara nada boa, e eu já estava nervoso e irritado, mas tentei não falar ou fazer besteira alguma, olhei sem querer em direção ao extintor de incêndio e me lembrei de uma vez que Bia me disse ali ter uma chave reserva, corri até lá a graças a Deus a chave tava ali, os seguranças apenas ficaram me encarando e observando o que eu fazia.

-Olha rapaz, por ordens da proprietária, não era pra deixar ninguem subir, mas como você já esta aqui, que ela se resolva com você, e qualquer coisa estamos de olho-disse me olhando sério

Não dei moral e logo abri o apartamento, deixei a porta meio encostada e comecei a gritar por Bia.

-BIA, AMOR? AONDE VOCÊ ESTA?-e nada dela me responder

Eu estava com um mal pressentimento, a procurei em seu quarto e nada, no quarto de seu irmão, nos banheiros, na cozinha e já estava me desesperando mais, entrei no quarto de seu pai e nada dela estar ali, mas a porta do banheiro estava aberta então fui lá e a vi ali caída no chão, meu mundo desabou, meu coração gelou e eu logo me abaixei tentando acorda-la.

-BIA, FALA COMIGO, SOU EU LUAN, AMOR...-eu a balançava desesperado-meu amor, me responde...-disse já chorando a vendo imóvel em meus braços e toda mole-Bia, não faz isso comigo...-dizia baixinho e chorando muito

Eu não entendia nada de checar pulso, batimentos cardiacos ou algo do tipo, mas ela estava muito pálida e com o corpo gelado, decidi a levar para o hospital, porque o meu maior medo agora era perder ela, a unica mulher que amei de verdade. Saí as pressas de seu apartamento e peguei o elevador, os seguranças e o porteiro me viram e se assustaram ao ver meu estado, eles sem perguntar nada me ajudaram a coloca-la em meu carro, e não tive tempo nem de agradece-los pois estava uma pilha de nervos, e corri para o hospital, pedindo a Deus que não a levasse, e não a tirasse de mim. Cheguei no hospital, e nem vi se tinha pessoas por ali, peguei Bia em meu colo e entrei as pressas gritando por socorro, logo os enfermeiros apareceram com uma maca a colocando ali, eu tentei ir junto mas me barraram, e meu desespero só aumentou, era altas horas da noite, e por isso não tinha pessoas por ali, um enfermeiro me viu e veio conversar comigo.

-Você que acabou de chegar com a moça que estava desmaiada?-apenas assenti-preencha a ficha dela ali na recepção

Fui ate a recepção e a unica coisa que sabia era o nome dela, não tinha seus documentos nem nada, e as pessoas que me atenderam acabaram me reconhecendo e me tratavam da melhor forma possivel, para me deixarem mais a vontade me mandaram ficar em uma sala mais reservada enquanto aguardava noticias, e ali sentado me permiti chorar.


Eu pedia pra Deus tirar toda essa dor que se instalou dentro de mim, e o perguntava porque isso estava acontecendo comigo, a mulher da minha vida estava em uma sala de hospital e eu mal sabia seu estado ou o que aconteceu para ela ficar assim, na minha casa estava a maior guerra cruzada e eu aqui sem nem saber como tinha terminado, minha cabeça estava uma bagunça e eu continuei a chorar, já que era a unica coisa que podia fazer. Uns minutos se passaram e o meu celular começou a tocar, olhei o numero e era da minha casa, confesso que já imaginei o pior ter acontecido por ali, e atendi com o coração na mão.

Ligação on.
-Alô?-atendi ainda com voz de choro
-Luan, meu filho?-era minha mãe e ela tambem estava com uma voz de choro
-Sou eu mãe, o que aconteceu?
-Expulsei seu pai de casa...-ela disse e começou a chorar-Luan eu to muito mal meu filho, preciso de você aqui-ela chorou mais do outro lado
-Me desculpa mãe-deixei uma lágrima escapar-mas agora não posso ir
-Na onde você esta?
-No hospital
-O que aconteceu? Luan você esta bem?-ela perguntou com desespero na voz misturado ao choro
-É a Bia-permiti que as lágrimas escorressem-eu encontrei ela desacordada no apartamento dela e trouxe ela pra cá, e to sem noticias até agora...-não aguentei e chorei desesperado-mãe eu to com medo de perder ela, eu nunca a vi assim, ela estava praticamente...-não consegui terminar de falar
-Se acalme meu filho-ela tentava me consolar tambem aos choros-pode ficar por ai, eu vou ficar bem-ouvi ela respirar fundo do outro lado
-Mãe me desculpa, eu queria estar ai com você, mas...
-Ta tudo bem Luan, eu sei que você a ama e você tem todo o direito de ficar ai, qualquer coisa me ligue, eu te amo muito meu filho-ela disse e eu escutei ela chorar baixinho
-Tambem te amo mãe, fica bem tambem
Ligação off.

Desliguei o celular e fiquei olhando a foto do papel de parede do meu celular, eu e ela, num dia tão feliz que passamos juntos, ela mordeu meu lábio e eu aproveitei e tirei a foto.


Ver nós dois juntos nessa felicidade, só fez meu coração doer mais, ela era minha felicidade, minha vida agora, desde que conheci essa loirinha dos olhos azuis e sorriso perfeito, passei a ser totalmente dependente dela, dos seus beijos, de seus toques, de seus sorrisos, era ela quem me motivava a continuar a cada dia, eu claro tenho meus fãs como meu maior motivo pra continuar vivendo, mas ela tambem era meu tudo, e eu não aguentaria a perder de forma alguma. Não sei quantas horas se passaram, mas eu estava completamente exausto sentado naquela cadeira na sala de espera do hospital, a cada minuto que passava alguem do hospital eu tinha esperança de ser o médico que a atendeu, mas ninguem se dirigia a mim e minha angustia e desespero só aumentavam.

-Você é o que da Ana Beatriz de Lima Fiacadore?-disse um médico olhando em uma prancheta e se aproximando de mim
-Sou namorado dela doutor-disse me levantando e o olhando já esperando noticias
-Só esta você aqui? não tem nenhum familiar?
-Não, só eu, doutor me diz o que ela tem-o pedi já angustiado
-Olha rapaz, eu digo que aconteceu um grande milagre-senti um alivio enorme ao ouvir isso-eu não sei o que deu dela, mas pelo visto ela tentou se matar, e se entupiu de calmantes, isso a deu uma parada cardiorrespiratória, eu e minha equipe tentamos de todas as formas possiveis reanima-la e como num milagre ela voltou, fizemos a limpeza em seu estomago, e agora ela esta dormindo devido o efeito do calmante e do soro que a aplicamos, eu confesso que se você não chegasse a tempo com ela aqui, poderia ter sido bem pior, mas ocorreu tudo bem-ele sorriu de canto-não querendo me meter na vida pessoal, mas vocês dois brigaram, ou aconteceu alguma outra coisa pra ela fazer isso?
-Olha doutor o nosso dia foi complicado hoje-disse respirando fundo-são coisas muito complicadas...
-Tudo bem meu jovem, mas agora ela esta bem, só vai demorar a acordar e...
-Eu posso ir vê-la?-perguntei o interrompendo
-Pode sim, mas você não vai poder passar a noite aqui
-Tudo bem, só quero a ver
-Me acompanhe então

Acompanhei o médico e ele ia me dizendo algumas coisas que Bia poderia sentir ao acordar e que não era pra mim demorar na minha visita, entrei no quarto onde ela estava, e a vi com aqueles aparelhos no nariz, e outro em seu braço, senti meus olhos inundarem ao vê-la assim, me aproximei dela e acariciei seu rosto, seus cabelos e fiquei admirando quão linda ela era.

-Eu to aqui meu amor, o pior já passou-disse baixinho enquanto alisava seu rosto-eu te amo tanto-disse a dando um leve beijo na testa-nós vamos passar por isso tudo juntos, eu te prometo

Fiquei o tempo todo a acarinhando e dizendo o quanto a amava, mesmo com aquela camisola de hospital e com aparelhos a ajudando respirar, ela era a mulher mais linda do mundo, a mulher que eu amo e que eu daria minha vida para vê-la bem. Estava quase dormindo segurando sua mão e com minha cabeça escorada em sua cama, quando ouço um celular tocar, olhei pros lados e vi em cima de um móvel o celular de Bia, e certamente era ele que tocava, fui até lá e olhei quem era, o nome "pai" e a foto de Enzo piscava na tela, respirei fundo e resolvi atender, afinal eu tinha que avisar alguem sobre o que havia acontecido com ela.

Ligação on.
-Alô?-disse um pouco baixo pois estava muito cansado e já tinha chorado tanto que minha voz mal saia
-Alô? quem é?-ele perguntou confuso
-É o Luan
-Luan? ha oi meu genro-ele disse rindo-a Bia esta por ai?
-Ela...-pensei um pouco-ela esta dormindo
-Imaginei que ela estivesse dormindo mesmo-ouvi ele rir baixinho-então me desculpe Luan, devo ter acordado você
-Não imagina, eu estava acordado
-Acordado ate essas horas? eu sei que no Brasil já é mais de 04:00 hrs da manhã, e liguei pra Bia por que sei lá...-ele parecia buscar as palavras-estava meio incomodado aqui e senti a necessidade de ligar pra ela, mas esta tudo bem por ai?
-Enzo...-respirei fundo-eu não vou mentir pra você, a Bia esta no hospital e...
-O que? como assim hospital?-ele perguntou preocupado
-Olha aconteceu tanta coisa que eu tambem estou muito confuso-respirei fundo-ela descobriu umas coisas da mãe dela, e... tentou se matar-disse num sussurro
-O QUE?-ele perguntou num tom desesperado-Luan eu estou voltando pro Brasil agora, em que hospital vocês estão?
-Estamos no hospital de Londrina, mas não preci...
-Eu estou indo para ai agora, e por favor cuida dela pra mim-disse me interrompendo e desligando logo em seguida
Ligação off.

Mal acabei de falar com Enzo e no mesmo instante o médico entrou no quarto.

-Ela precisa descansar, e você não pode passar a noite aqui
-Mas doutor, eu juro que vou deixar ela descansar eu...
-São as regras do hospital, se quiser aguardar ela acordar, vai ter que ser na sala de espera
-Não posso mesmo ficar aqui?-o perguntei com cara de suplica e ele negou
-Infelizmente não rapaz, olha você parece estar bem cansado, vá para sua casa descanse e...
-Eu não vou sair daqui doutor, já que não posso ficar no quarto tudo bem, mas eu não vou sair desse hospital
-Você quem sabe-ele deu de ombros-mas eu ainda o aconselho a ir para sua casa, pois ela vai demorar acordar
-Por mim tudo bem, já sou acostumado a ficar noites sem dormir, posso pelo menos me despedir dela?
-Sim, mas seja rápido-disse o médico me olhando da porta do quarto

Fui até a Bia e a dei um beijo na testa, cheirei seus cabelos e acariciei seu rosto colando sua testa com a minha.


-Eu te amo meu amor, eu vou ta aqui por perto, te vivo-sussurrei baixinho pra ela

Infelizmente tive que sair do quarto, e o doutor me acompanhou até a sala de espera, ali me sentei, encostei no sofá, joguei minha cabeça para trás, e fechei meus olhos, pois minha cabeça doia muito, e martelava com meus pensamentos, fiquei não sei por quanto tempo assim, e depois nem me dei conta quando peguei no sono. Acordei meio desnorteado com a claridade batendo em meu rosto, tentei abrir os olhos, mas eles pesavam e era impossivel abri-los, com um pouco de dificuldade fui os abrindo e firmando minhas vistas, olhei em volta e passava uns enfermeiros pra lá e pra cá, alguns me olhavam e outros nem tanto, passei a mão em meus cabelos bocejando morto de cansaço, e senti alguem tocar meu ombro.

-Luan?-olhei para a pessoa e era o irmão de Bia, não me lembrava o nome dele direito, acho que era Gabriel
-Oi-disse o estendendo a mão
-Tudo bem por aqui?-ele disse apertando minha mãe e olhando em volta
-Acho que sim-sorri de canto
-Meu pai me ligou hoje cedo falando que a Ana Beatriz estava no hospital, e se não tinha como eu vim pra cá ver como ela estava enquanto ele ainda não chega
-Entendi-disse bocejando e tentando ver as horas em meu celular, mas ele estava descarregado-que horas são?
-07:28 hrs-disse olhando em seu relógio de pulso-ainda é muito cedo, consegui o primeiro voo da manhã para Londrina e cheguei agora pouco, nem tomei café ainda, me acompanha?
-Não obrigado-disse sorrindo amarelo
-Sua cara esta horrivel Luan, pelo visto você passou a noite toda aqui, então por favor me acompanhe, sei que deve estar com fome
-Bom, já que insiste-disse meio sem graça em aceitar, afinal a unica vez que o vi ele me pegou dormindo com sua irmã
-Eu sei que mal nos conhecemos, mas vou me apresentar formalmente, sou o Gabriel Fiacadore-disse me estendendo a mão enquanto caminhávamos em direção ao restaurante do hospital
-Luan Santana-apertei sua mão
-Você parece gostar muito da minha irmã, e meu pai confia muito em você, então me desculpe pela ultima vez que nos vimos, sei que pareci não ser muito legal
-Tudo bem

Fui com Gabriel ate o restaurante e pedi só um café, enquanto ele pedia café com leite e alguns pãezinhos, ele não era muito de conversar, e trocamos poucas palavras, ele era bem diferente de Bia e Gustavo, tinha postura, sempre falava corretamente, e não era muito de dar sorrisos. Ele insistiu em pagar a conta, e acabei aceitando pois me esqueci até de minha carteira, antes de voltarmos para a sala de espera passamos na recepção do hospital, e lá ele preencheu a ficha dela corretamente e soubemos que ela ainda dormia e estava em observação, algumas pessoas do hospital me olhavam e então voltamos logo para a sala que era mais reservada, devido eu ser o Luan Santana para não haver tumulto.

-Só ficou você a noite toda aqui no hospital?-ele perguntou após minutos de silêncio enquanto já estávamos sentados na sala de espera
-Sim
-Nossa nem a mãe dela, os avós ou o Gustavo vieram?
-Bom na verdade acho que nenhum deles sabem e...
-Ai meu Deus, cadê minha mana-disse Gustavo entrando ali chamando a atenção com seu jeito desesperado
-Dá pra ficar quieto-disse Gabriel o olhando sério
-Nossa a situação ta grave, ate você ta aqui-disse apontando pro irmão-cunhadinho, cadê minha mana? eu vim correndo pra cá, o papi me ligou e eu até deixei a Susan sozinha e...
-Gustavo para de escândalo, reaja como uma pessoa normal-disse Gabriel mais uma vez o repreendendo
-Credo maninho, até parece que não esta preocupado com a nossa irmã
-Eu estou preocupado sim Gustavo, mas não precisa dar piti no meio do hospital, ta vendo aquela placa ali, faça silêncio-disse apontando para a tipica placa que eles pedem silêncio no hospital
-Sorry maninho, mas como ela esta Luan?-disse se sentando ao meu lado e cruzando as pernas
-Acho que bem-disse sorrindo de canto
-Como assim acha que bem, minha mana tem que estar bem, vou ali falar com aquele enfermeiro-disse olhando com uma cara meio suspeita para um enfermeiro alto que passava
-Esse dai vê um cueca e vai correndo-disse Gabriel revirando os olhos

Ri de canto vendo esses dois, como eles eram diferentes, um tão exagerado e o outro o mais discreto possivel, e me permiti imaginar como seria meu irmão, eu sempre quis ter um irmão homem, não que eu não amasse a Bruna, mas sei lá acho que seria legal, ele seria meu melhor amigo, e agora eu sabia que tinha um irmão, mas não fazia a minima ideia de onde ele estava, de como ele era, ou se realmente ele existia. As horas se passavam e eu estava mais nervoso a cada minuto, Gustavo não parava de tagarelar no meu ouvido e Gabriel só revirava os olhos ouvindo o irmão falar, e não se desgrudava do celular. 

-Luan vai pra casa descansar sua cara esta horrivel cunhadinho-disse Gustavo pela milesima vez tentando me convencer a ir pra casa
-Eu já disse que vou ficar aqui ate a Bia acordar Gustavo
-Que homem decidido, adoro-ele riu de canto-isso só prova o quanto você ama minha maninha
-Amo muito mesmo, mais que a mim mesmo

Era por volta do 12:15 hrs quando Enzo chegou, eu e os irmãos de Bia já haviamos tomado vários cafés e estavamos doidos por noticias, já que ela ainda não havia acordado. Gustavo assim que viu o pai foi correndo o abraçar, e Enzo estava com uma aparência diferente, estava mais magro e meio pálido, Gabriel tambem foi o abraçar e depois Enzo veio ate mim e me levantei para o cumprimentar.

-Obrigado Luan-ele disse enquanto me abraçava
-Pelo que?-perguntei sem entender
-Por ter cuidado da minha filha, e ter ficado aqui, agora vá descansar-disse dando um tapa de leve em meu ombro
-Não senhor Enzo eu...
-Luan sua cara não nega que você passou a noite toda aqui, você esta cheio de olheiras, vai pra sua casa tomar um banho, comer alguma coisa e descansar
-Mas e se a Bia acordar, eu quero estar aqui pra ver ela e...
-Eu te prometo que vou te avisar, agora vai pra casa Luan
-Olha eu to bem aqui e...
-Luan deixa de drama e vai logo-disse Gustavo chegando e abraçando o pai-papi eu juro que desde que cheguei aqui estou insistindo pra esse teimoso ir descansar um pouquinho, mas ele não arredou o pé daqui-ele me dedurou
-Vai pra casa Luan, é para o seu proprio bem, ou acha que a Bia iria gostar de te ver assim, e saber que sacrificou sua noite de sono por causa dela?-fiquei sem saber o que responder-pode ficar tranquilo Luan, eu te prometo que te aviso assim que ela acordar-disse sorrindo de canto
-Tudo bem-me dei por vencido-vou em casa só tomar um banho e já volto pra cá, e se ela acordar antes...
-Luan vai tranquilo-ele riu
-Ta bom

Depois de tanto ele insistir fui pra casa, mas com o coração na mão, corri com o carro ate em casa e entrei já subindo direto pro meu quarto, tomei o banho mais rapido da minha vida e coloquei uma roupa para já voltar pro hospital. Ia descendo as escadas quando sinto uma mão me abraçar pela cintura.

-Filho-era minha mãe, me virei pra ela e ela estava com uma cara de quem havia chorado muito, não pensei duas vezes e a abracei forte


-Me desculpa mãe, me desculpa-disse a apertando no abraço
-Ta tudo bem meu filho, ta tudo bem-disse desfazendo o abraço e me olhando nos olhos acariciando o meu rosto logo em seguida-vai descansar no seu quarto, que eu já vou levar alguma coisa pra você comer
-Eu tenho que voltar pro hospital mãe
-Mas Luan você não esta com uma cara nada boa, fica aqui e descanse um pouco, depois você volta pra lá
-Mas mãe a Bia ainda não acordou e eu...
-Luan, eu sei o tanto que você ama ela e sei que esta preocupado, mas descanse um pouco, porque desse jeito eu não vou deixar você voltar pra lá, não com essa cara de cansaço
-Mãe eu já tomei banho e...
-E mais nada Luan, vai agora pro seu quarto que eu vou te levar um lanche, pra você comer e descansar
-Mas...
-Sem mais nem menos

Decidi ficar e fazer o que minha mãe me disse, afinal eu estava mesmo exausto, fui pro meu quarto e deitei em minha cama, logo minha mãe apareceu com uma bandeja cheia de coisas pra mim comer, ela ficou um pouco comigo enquanto eu comia uma fruta e comi um pedaço do lanche com um pouco de suco, me deitei em seu colo e logo dormi sentindo os carinhos dela.

Ana Beatriz narrando.

Eu estava num caminho sem saida, era tudo escuro, não havia luz, nem ar para que eu pudesse respirar, eu gritava por socorro e ali não havia ninguem para que pudesse me ouvir, eu corria sem parar, e quanto mais eu corria, mais eu sentia medo e me sentia sozinha, decidi dar uma parada pelo caminho pois já estava cansada de tanto correr, e quando menos espero caio num buraco enorme e fundo, que parece não ter fim, ouço alguma voz me chamando, e ela parecia ser bem familiar, eu gritava desesperada enquanto caia nesse imenso buraco e a voz ia ficando cada vez mais forte e eu já podia ouvi-la melhor, era a voz de minha mãe, mas parecia mais com um choro e ela me culpava por algo, quando menos espero caio num rio e as águas eram limpas e tranquilas, enfim pude respirar aliviada e ver a luz do sol, eu sorri feliz ao ter chegado ali, e corria alegremente pela grama verde do lugar, de repente sinto um calor enorme, e quando percebo o sol começa a ficar muito mais forte quase queimando minha pele, e cegando meus olhos, eu fechei os olhos e eu não conseguia os abrir pois a luz era muito forte. Com muito esforço fui abrido os meus olhos, e ao longe eu escutava um pi pi pi... quando finalmente firmei minha visão me deparei com uma mulher me olhando, parecia ser uma enfermeira, e ela sorriu ao me ver acordar.


-Que bom que acordou, vou avisar o seu médico-disse mexendo em um aparelho em meu braço e depois saindo sem que eu pudesse lhe perguntar nada

Olhei em volta e parecia que es estava em um hospital, parecia não, eu realmente estava em um hospital, mas eu me perguntava como fui para ali, e enquanto pensava na ultima coisa que fiz, ouço a porta se abrir e um médico de idade media meio grisalho entrar sorrindo de canto.

-Olá senhorita Ana Beatriz, finalmente você acordou
-Oi, quem é você?-perguntei meio baixo
-Sou o doutor Marcos, e atendi você ontem a noite, foi um grande milagre você ter vivido
-Pois é-disse baixinho e  meio sem entender
-O que você pensou que estava fazendo quando tomou um vidro inteiro de calmantes de 50 miligramas?
-Sei lá-disse dando de ombros-me deu vontade doutor
-Você por acaso queria se matar?
-Acho que teria sido o melhor pra todo mundo-disse me lembrando do que aconteceu
-A morte seria uma solução pra você, mas e para as pessoas que te amam?-ele perguntou me olhando sério
-Eu nem sei se tem alguma pessoa que me ama-disse deixando uma lágrima escorrer 
-Pois saiba que tem sim, seu namorado passou o noite toda aqui, e agora seu pai e seus irmão estão todos lá fora aguardando noticias suas, tem certeza que eles não te amam?
-Não sei-disse respirando fundo e sentindo uma dor de cabeça me invadir de leve
-Bom já que você acordou, já pode receber visitas, vai querer receber alguem?
-Você disse que meu pai estava ai?-perguntei já com outra lágrima nos olhos, pois meu pai estava em outro país e ele ter viajado só para me ver fez meu coração transbordar de alegria
-Sim, quer que eu mande ele entrar?
-Sim, quero muito ver ele
-Ok-disse o doutor saindo do meu quarto

Fiquei sozinha ali, e foi inevitavel não me lembrar do circo de horrores de ontem, eu realmente preferia ter morrido, mas ao ver o homem que eu mais amo na vida cruzar aquela porta, e saber que ele viajou quilometros por mim, fez tudo isso desaparecer.

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Olá amores, mais um capitulo ta ai, sei lá achei esse nada de mais, mas prometo caprichar no proximo, e como sera que vai ficar o futuro de Bia e Luan? comentem ai amores, bjoooos





quarta-feira, 22 de outubro de 2014

51ºCapitulo

Narrador on.

Tudo estava indo bem, a mãe e a irmã de Luan conversavam com dona Marina, que era um doce, e tentavam puxar conversa com Clarissa que respondia uma coisa ou outra e com o senhor Getulio que estava com uma carranca enorme e toda hora olhava para sua mulher já incomodado e querendo ir embora logo.  Bia e Luan estavam mais na deles, Luan prestava atenção na conversa que rolava e Bia estava perdida no mundo de seus pensamentos, realmente ela era a maior vitima, dentre eles, da peça que o destino em breve iria os pregar.

-Dona Marizete o jantar esta pronto-disse Lurdes a empregada indo á sala a avisar-Clarissa? você por aqui? você é a mãe da namorada do Luan?-perguntou meio espantada ao ver sua colega de serviço domestico do condominio ali
-Pois é Lurdes-Clarissa sorriu amarelo-sou eu a mãe da Ana Beatriz
-Vocês se conhecem?-perguntou Marizete
-Sim, é que eu trabalho por aqui, na casa da Raquel Oliveira-Clarissa disse um pouco envergonhada
-Eu sabia que conhecia você de algum lugar, eu e a Raquel somos amigas, devo ter te visto por lá então
-É deve ser-Clarissa disse sorrindo amarelo
-Mas então dona Marizete, vai servir o jantar agora?-Lurdes a perguntou outra vez
-Ainda não Lurdes, vou esperar meu marido chegar primeiro, depois eu te aviso quando for para servir
-Tudo bem, com licença gente-disse Lurdes simpatica indo para a cozinha
-Mãe sera que o pai vai demorar chegar eu to com fome-disse Luan já desesperado para comer
-Se acalma meu filho, daqui a pouco seu pai chega e vamos todos jantar
-Num sei porque o pai teve que ir hoje no escritório, resolvesse tudo amanhã, poxa hoje é domingo-Luan reclamou outra vez
-Luan você sabe que num tem hora nem dia para o seu empresário marcar uma reunião, e seu pai tem que ir, já que você não gosta de participar desses assuntos-disse Marizete
-Pi para de ser guloso que ta ficando feio pra você-disse Bruna rindo do irmão
-Não vou te responder nada Bruna, porque sou muito educado-disse fuzilando a irmã

Logo Marizete iniciou outro assunto e repreendeu Luan e Bruna com o olhar de um jeito que só os dois iriam entender, e minutos depois Amarildo finalmente chega.

-Ate que enfim, meu pai chegou, bora comer-disse Luan todo animado assim que o pai abriu a porta
-Nossa nem espera eu entrar em casa direito-Amarildo riu do desespero do filho

Clarissa ao ouvir a voz do pai de Luan sentiu seu corpo se arrepiar todo, e instantaneamente ela se virou para a direção da porta, e seu mundo desabou assim que o olhou, não podia ser ele, ela queria negar de todas as formas que estava outra vez olhando para ele, o homem causador de seus traumas, de seus medos, e que ela já foi completamente apaixonada.

-Você-Clarissa disse num sussurro mas todos ali presentes na sala foram capazes de escutar

Amarildo a olhou de relance e seu corpo todo tremeu, ele nunca mais a tinha visto na vida, e não imaginou que a encontraria dentro de sua própria casa, ele e Clarissa firmaram o olhar um no outro, e de ambas as partes não se sabia qual era o sentimento após se reverem, depois de mais de vinte anos. Clarissa num movimento brusco se levantou e fixou seu olhar nele, todos ali na sala olhavam aquela cena e ninguem entendia nada, Clarissa logo sentiu seus olhos marejarem e ela tentava criar coragem para o dirigir a palavra.

-Cla... Cla... Clarissa-Amarildo disse num sussurro
-Você ainda se lembra do meu nome seu canalha-Clarissa disse já não impedindo as lágrimas escorrerem de seu rosto

-Gente o que ta acontecendo?-perguntou Marizete já se levantando e não gostando de ver aquilo
-Nã... não é nada-Amarildo a respondeu-eu... eu...
-Você o que?-Clarissa o perguntou se aproximando dele-você é a pior pessoa que eu já conheci no mundo, não sei como conseguiu construir uma familia, não sei como conseguiu-ela já chorava desesperada
-Clarissa minha filha-disse dona Marina se levantando e indo a abraçar-acho melhor irmos pra casa
-Não mãe-Clarissa se soltou dela-esse homem ai-o apontou-é o causador de todos os meus problemas, e eu não sou mais aquela adolescente burra de 15 anos pra você me fazer de idiota-o encarava
-Clarissa me diz se o que eu estou pensando não é verdade-disse senhor Getulio se levantando e ficando ao lado de dona Marina
-Pai, eu estaria mentindo se negasse isso-ela o confirmou
-Amarildo, me diz o que esta acontecendo, não estou entendendo nada-disse Marizete já começando a chorar e o encarando tambem
-Pai-Luan o encarou tambem-o que esta acontecendo?-ele tambem queria saber e segurou forte na mão de Bia que estava quieta e analisando a situação ate o momento, igual Bruna que quase chorava
-Eu... eu... realmente não sei explicar-disse Amarildo se sentindo encurralado, havia uma parte de sua vida que sua familia nunca soube e ele pensou que nunca iriam saber
-Além de cafajeste, é mentiroso-Clarissa disse morrendo de raiva e ódio dele-já que ele não sabe explicar eu sei-disse o olhando com o maior ódio

Flash Back Clarissa on.

Era 1990, Clarissa era uma das mais belas moças da cidade de Campo Grande MS, loira dos olhos azuis e todo moço da época se apaixonaria por ela, sua familia era muito conservadora e ela como toda menina de sua idade estudava no tipico colégio de freiras. Clarissa estudava pela manhã e pela tarde, seu pai lhe proporcionava o que podia, já que ela tinha outras irmãs, porém já todas casadas ou com um pretendente á vista, e como era a mais nova ela queria namorar como as irmãs, mas seu pai era muito rígido e nunca iria permitir isso com ela sendo tão jovem. Um certo dia, Clarissa acostumada ir tomar banho de cachoeira com suas amigas, elas acabaram se encontrando com um grupo de rapazes ali, mas na verdade era tudo combinado, entre as outras moças e os rapazes, apenas ela não sabia disso, e se sentiu perdida ao ver suas amigas aos beijos com os rapazes e algumas indo para o meio do mato em um canto mais escondido. Resumindo, ela acabou ficando sozinha por ali, e se sentou em uma pedra da cachoeira, Clarissa como toda menina sonhava com seu principe encantado e do nada ouve uma voz a chamando.

-Moça?-ela olhou rapidamente e viu o mais lindo rapaz em sua frente, com cabelos pretos e pele branquinha, e ele a olhava
-Oi-ela respondeu timida
-É que estava passando e te vi ai sozinha, aconteceu algo?-perguntou meio preocupado
-Não, não foi nada de mais-ela respondeu ainda timida
-Então porque esta sozinha aqui? sera que posso me sentar ai?-ele perguntou apontando para a pedra
-Pode sim-disse toda vermelha de vergonha

Ele então se aproximou e se sentou ao lado dela.

-Você mora por aqui?
-Sim, moro na cidade mas sempre venho aqui na cachoeira
-Eu tambem moro na cidade, e de vez em quando venho aqui esparecer-disse respirando fundo se lembrando da briga que teve com sua namorada
-Ata-ela respondeu ainda timida
-Qual seu nome?-ele a perguntou
-Clarissa, e o seu?
-Amarildo-ele riu de canto

Os dois conversaram um pouco mas logo ela foi embora, pois estava constrangida e super envergonhada, apesar de o ter achado super lindo e simpatico, ela tinha medo de se aproximar de algum rapaz e seu pai acabar descobrindo. 
Um tempo depois, Clarissa havia visto Amarildo mais algumas vezes porém só se cumprimentaram, e num belo dia Clarissa estava voltando da escola sozinha, já que não era tão longe de sua casa e sem querer se tromba com alguem, era Amarildo e ele sorri pra ela assim que a reconhece.

-Anda me perseguindo Clarissa?
-Não... claro que não... eu...-disse toda sem graça
-Brincadeira-ele sorriu de canto e ela tambem sorriu timida-na onde esta indo?
-Pra minha casa, porque?
-Queria te convidar pra ir num lugar comigo
-Que lugar?-ela perguntou meio apreensiva, afinal mal o conhecia
-Já que somos amigos, vamos tomar um sorvete, pode ser?
-Eu tenho que ir pra casa agora então não sei se...
-Vem é rapidinho-disse já segurando na mão dela e a tentando convencer a ir com o mais lindo sorriso
-Eu...-ela o olhou bem e ela estava gostando dele então achou que seria nada de mais-tudo bem, mas não podemos demorar, porque meu pai é uma fera
-Relaxa, não vamos demorar

Depois desse dia, os dois passaram a se ver mais vezes, e Clarissa cada vez mais se apaixonava por ele e pelo modo que ele a tratava, mas Amarildo era um homem quase casado e Clarissa em sua inocência, achava que ele tambem gostava dela e que era solteiro. Não demorou para ele a dar o primeiro beijo, e com isso Clarissa já se achava a namorada dele, os dois se viam quando dava, e ela um dia fez a maior loucura de sua vida, enforcou aula para sair com ele.

-Na onde a gente esta indo amor?-ela o perguntou enquanto os dois estavam no carro dele
-Relaxa, daqui a pouco a gente chega
-Ta bem-ela disse sorrindo toda boba pra ele

Logo ele estacionou o carro em frente uma casinha de madeira, e Clarissa não entendeu nada.

-Na onde a gente ta?-ela perguntou olhando em volta e parecia ser uma fazenda mas não havia ninguem por ali
-É a fazenda de um tio meu, e ele não ta em casa, ta viajando por uns dias, então achei que gostaria de vir aqui-disse a abraçando pela cintura e a dando um beijo no pescoço
-Mas a gente não deveria fazer isso amor, eu já não fui a aula e...
-Você se preocupa muito Clarissa, porque não aproveita para namorarmos um pouquinho-a deu um selinho-suas irmãs já estão praticamente quase todas casadas não é mesmo, e só você ainda é solteira, mas se quiser que eu peça você em namoro para o seu pai...-disse a beijando no pescoço já com segundas intenções
-Amor-ela o tentava afastar-eu não devo fazer isso, é errado e...
-Amor-ele a olhou nos olhos-eu te amo Clarissa, você me ama?
-Eu te amo mais que tudo na vida-o respondeu da forma mais sincera possivel
-Então esquece o medo meu amor-a abraçou pela cintura-eu te amo tanto, você é a mulher da minha vida-sussurrou no ouvido dela
-Te amo mais-ela sussurrou de volta
-Então prova que me ama-beijou o pescoço dela
-Tudo bem-ela respirou fundo-eu quero que você seja o primeiro e unico homem da minha vida-disse o olhando meio envergonhada
-Eu vou ser seu pra sempre, te amo tanto-disse a puxando para um beijo quente e logo os dois foram parar dentro da casa

E como o esperado lá ocorreu a primeira vez deles, Clarissa que já era apaixonada por ele o amou mais ainda depois desse dia. Os dias foram passando e os dois se viam quando ele tinha tempo, pois os pais de Marizete já cobravam para ele se casar com ela logo, o que fez com que ele visse Clarissa poucas vezes. 

-Amor-ela o perguntou alisando o cabelo dele depois que acabaram de fazer amor no carro dele-você prometeu que iria conversar com meu pai, e ele já anda desconfiando de mim
-Clarissa, eu já disse pra você que eu vou te pedir em namoro, mas se acalme, nós não estamos mais na época passada que duas pessoas só podem namorar se for em casa e com a permissão dos pais, eu te amo é isso que importa-a deu um selinho
-Mas meu pai não entende isso Amarildo-o olhou séria-poxa já faz tanto tempo que estamos juntos e você ate hoje só esta me enrolando para ir falar com ele
-Clarissa deixa de ser apressada, você sabe que eu trabalho muito e quase não tenho tempo nem pra você, então te juro que na minha proxima folga eu vou falar com seu pai
-Quando é sua proxima folga?
-Não sei-ele deu de ombros-mas relaxa-a deu um beijo no pescoço-que tal aproveitarmos o tempinho que tenho livre meu amor-disse sussurrando no ouvido dela
-Acho ótimo-disse o puxando para um beijo

Mais dias se passaram e Clarissa todos os dias que o via, o cobrava para ir a pedir em namoro, mas o inesperado aconteceu e ele se viu entre a cruz e a espada, sua namorada estava grávida, e agora ele teria que terminar tudo com Clarissa, já que ela era apenas um divertimento pra ele, e em poucos meses ele se tornaria um homem casado. Um certo dia Clarissa passou muito mal na escola e como lá haviam enfermeiras foram feitos vários exames nela, e depois de uma semana veio o resultado, ela estava gravida, seus pais surtaram com a noticia e seu pai a xingou de todos os nomes possiveis, na época houve o maior escândalo em sua rua, e senhor Getulio a colocou para fora de casa. Já se fazia dias que ela não via Amarildo e no momento ela estava morando com uma tia que ficou com pena dela, e que a daria abrigo só ate ela ter a criança. 
Era um dia chuvoso e frio, Amarildo já a dias estava planejando um jeito de terminar tudo com Clarissa, mas todos os dias ele se ocupava com sua namorada, e então enfim ele conseguiu ver Clarissa que estava na cachoeira sentada sozinha nesse dia chuvoso, ele parou o carro e decidiu fazer o certo.

-Clarissa-ele a chamou vendo ela tremendo de frio e toda molhada ali
-Amor-ela foi correndo até ele e o abraçou já com o rosto inundado de lágrimas-senti tanto sua falta-o apertava no abraço
-Tambem senti a sua-disse um pouco seco
-Amor, eu preciso tanto de você-disse o olhando nos olhos e chorando
-Clarissa eu preciso te dizer uma coisa-disse a segurando pelos braços
-Eu tambem tenho uma coisa muito importante para te dizer e...

Ele não a deixou terminar de falar e a interrompeu dando um beijo, mas esse era o ultimo beijo que eles dariam na vida.


-Clarissa-ele disse ofegante após terminarem o beijo-foi muito bom o que vivi com você mas pra mim chega, eu não quero mais saber de você
-O que?-ela o perguntou chorando mais ainda-Amarildo por favor não me deixe agora-ela chorava desesperada-justo agora que eu...
-Adeus-ele disse firme e seco a virando as costas e montando em seu carro sem a dar qualquer satisfação
-AMARILDO-Clarissa gritava por ele-Amarildo, nós vamos ter um filho-disse baixinho vendo o carro dele sumir na estrada e ela se sentindo a pessoa mais idiota de todo o mundo, se sentou no chão em meio ao barro e as pedras e deixava a chuva cair sobre seu corpo, tentando fazer com que ela levasse todo esse seu sofrimento


-Seu pai nos abandonou bebê-disse conversando com sua barriga-mas eu prometo por você, que nunca mais vou me apaixonar-e chorou outra vez desesperadamente

Flash Back Clarissa off.

Na sala todos estavam boquiabertos, principalmente Marizete que não sabia o que seu marido tinha feito no passado.

-Então é isso-disse Clarissa concluindo-você me abandonou grávida, e eu ate hoje tendo entender o porque que você fez aquilo-disse ainda com lágrimas nos olhos
-Eu nunca imaginei isso de você-disse Marizete tambem chorando e olhando com raiva e certo nojo para Amarildo
-Marizete, eu... eu era jovem e...
-Isso não justifica nada Amarildo-foi se aproximando dele e ficou frente á frente com ele-eu nunca imaginei que você fosse assim, tão frio e canalha-disse não se contendo mais e o dando um tapa na cara


-Você pode me bater a vontade Marizete, mas eu me casei com você porque você ficou gravida, e sim a Clarissa era minha distração, eu nunca fui fiel a você-disse a olhando nos olhos
-Seu cretino, miseravel, desgraçado-o deu outro tapa com mais força ainda


-Ele não merece isso-disse Clarissa-merece coisa muito pior, eu te odeio com todas as minhas forças-o encarava
-Isso não pode ser verdade-disse Luan se aproximando do pai e já com lágrimas nos olhos-me diz que você não é assim pai, por favor, eu me espelho tanto em você...
-Luan-Marizete abraçou o filho-você ouviu bem o que ele disse-ela chorava desconsolada
-Eu realmente acho que estou em um pesadelo-Bruna se manifestou com lágrimas nos olhos-eu achava que tinha o melhor pai do mundo, mas agora vejo que a minha familia perfeita nunca existiu, foi tudo sempre ilusão-disse não contendo o choro e subindo pro seu quarto e se trancando por lá
-Agora eu sou o vilão da historia?-Amarildo perguntou encarando todos ali
-Não, você é apenas o babaca, filho de uma puta-disse senhor Getulio-nunca imaginei que iria conhecer o canalha que engravidou minha filha-o encarava
-Mas Clarissa, você teve esse bebê?-Marizete perguntou com um pouco de receio olhando em direção a Bia e Luan acompanhou o olhar da mãe, temendo a mesma coisa
-Sim-Clarissa respondeu com lágrimas nos olhos-eu o tive-ela chorava mais ainda-mas cometi o maior erro do mundo com ele
-Mãe?-Bia que ate o momento estava quieta e analisando a situação se levantou e a questionou-me diz, que isso não é verdade-ela olhava a mãe de um modo desesperado e o medo a invadia
-Me desculpe se fiz, vocês acharem que é ela-disse apontando pra filha-mas na verdade o bebê que eu tive era um menino e tem 22 anos hoje se ele estiver vivo, ou bem-disse chorando de um jeito desesperado
-Você não fez isso...-Bia olhou pra mãe com lágrimas nos olhos
-Minha filha, me desculpe nunca ter te contado isso, mas eu não tinha condições de criar um filho aquela época, eu estava sozinha em todos os aspectos, e então...-ela mal conseguia continuar
-Então o que? você o abandonou?-Bia perguntou encarando a mãe 
-Eu não tive escolha...-Clarissa disse num sussurro-e eu me arrependo até hoje de ter feito isso-ela chorava desesperada e dona Marina a abraçou
-Ta então eu tenho um irmão perdido por ai, que tambem é irmão do meu namorado?-Bia a questionou não conseguindo acreditar em tudo isso
-Aninha sua mãe sofre ate hoje por causa disso, tente a compreender-disse dona Marina tentando interceder pela filha
-Não vó, eu não entendo-disse com seus olhos inundados-o que leva uma mãe a abandonar um filho? poderia ser EU-disse olhando sem acreditar para a sua mãe-me diz, você tambem pensou em me abandonar?
-Bia, me perdoa-Clarissa disse se aproximando da filha-eu... eu sei que nunca fui uma boa mãe, mas desde que você nasceu eu quis fazer diferente e...
-Agora eu preciso me meter-disse senhor Getulio-se é pra dizer a verdade diga de uma vez Clarissa que você tentou abortar quando estava gravida da Ana Beatriz, e só não deu certo porque Enzo impediu
-Isso é sério?-Bia a questionou chorando desesperadamente, isso com certeza foi a pior ferida causada em seu peito durante toda a sua vida-por isso você nunca me amou-disse concluindo
-Bia, me perdoa, me perdoa minha filha-Clarissa a implorava-eu sempre fiz tudo errado nessa vida, mas graças a Deus você veio ao mundo, e você é minha maior alegria, eu...
-Eu não quero nunca mais saber de você-disse olhando com desprezo pra mãe-então se seu sonho era não me ter, porque não me abandonou tambem? quem sabe eu morreria abandonada e ai você poderia ficar se culpando o resto da vida por nunca ter filhos e os que teve você os ter abandonado, mas fica tranquila que a partir de agora você não é mais nada minha, pra mim eu nunca tive mãe-disse Bia saindo dali as pressas e chorando desesperadamente
-Bia me espera, na onde você vai-disse Luan indo atrás dela tambem com lágrimas nos olhos, porém Bia já tinha montado em seu carro e saiu cantando pneus pelas ruas do condominio, Luan preocupado entrou correndo dentro de casa sem nem dar satisfação a ninguem e saiu as pressas com seu carro atrás dela tentando a encontrar
-Nossa, depois quem é o errado dessa história sou eu-disse Amarildo ironicamente
-Mas isso tudo é por sua culpa-disse Clarissa indo na direção dele e o dando vários tapas, sua mãe e Marizete tiveram que a segurar-eu te odeio com todas as minhas forças
-Minha filha, isso não vale a pena-disse dona Marina
-Agora minha vida acabou, minha filha não quer mais saber de mim, e obrigada por colaborar com isso senhor Getulio-disse olhando com raiva para o seu pai
-Eu só a disse a verdade Clarissa, você mais que ninguem sempre soube que um dia ela iria descobrir a verdade, e eu me cansei de te avisar isso, mas você nunca me deu ouvidos, agora aguente as consequências-disse sem se importar com a dor da filha
-Getulio você só piorou as coisas-disse dona Marina olhando brava para o marido
-Eu não piorei nada, apenas disse o que a anos estava entalado em minha garganta, você nunca foi santa Clarissa, e agora você vai sentir o peso de suas mentiras-disse ainda sem se importar
-Acho que já deu por hoje-disse dona Marina abraçada a Clarissa-Marizete, desculpe qualquer coisa, mas os destroços das palavras que foram ditas aqui hoje, acabou com todos aqui, sinto muito por tudo isso

Marizete apenas assentiu com o rosto vermelho e inchado de tanto chorar, dona Marina abriu a porta da sala e ela, Clarissa e senhor Getulio sairam dali, Clarissa estava se sentindo completamente derrotada, e depois da noite de hoje ela sabia que sua vida seria um completo tormento maior do que ela viveu durante esses 22 anos.
Bia saiu dali as pressas e estacionou o carro de qualquer jeito em frente ao prédio onde morava, seu rosto estava inundado de lágrimas e o porteiro se assustou ao ver seu estado.

-Não quero ninguem no meu apartamento, NINGUEM-gritou o ordenando e subiu as pressas pegando o elevador e chorando litros

Ela chegou em seu apartamento e se trancou ali, se encostando na porta e chorando mais ainda, ao se lembrar do filme de terror que viveu a minutos atrás.


Tudo corria como um filme em sua cabeça, desde o momento que sua mãe contou sobre o que ela viveu com Amarido no passado, até quando seu avô revelou que a vontade de sua mãe era ter a abortado, isso foi realmente o que mais a machucou de todas as coisas.

-PORQUE EU FUI NASCER? PORQUE?-ela gritava para si mesma ouvir

Bia estava realmente inconformada com tudo aquilo, e tambem pelo fato de sua mãe já ter tido algo com o pai do amor de sua vida, ela não sabia o que fazer, e movida pelo sentimento de desespero do momento, ela se levantou e foi correndo em direção a cozinha, pegou a maior faca que ali havia e apontou para si mesma, mas lhe faltou coragem pra isso, então ela se lembrou dos calmantes de seu pai que ficava no banheiro e correu pra lá, sem nem raciocinar no que estava fazendo, pegou o frasco inteiro de remédios e o engoliu todo de uma vez, depois se debruçou na pia do banheiro chorando por sua dor.


-Eu quero morrer-disse aos choros

Não deu um minuto e ela foi perdendo os seus sentidos, dai em diante Bia já não viu mais nada e ficou caída ali no chão do banheiro, e estava a um fio do que ela tanto queria, não mais atrapalhar a vida de ninguem e nunca mais existir.

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Olá amores, fiquei feliz em ver bastante gente comentando :) e tá ai haha, só pra avisar desde o começo da fic eu quis fazer vcs acreditarem que os dois eram irmãos(sou mal kkkkkk) mas e agora em? sera que Bia foi dessa pra melhor? como vai ficar o relacionamento dela com Luan? e o filho de Clarissa continua perdido, quem será? agora vai vir mais questionamentos, e talvez mais segredos revelados, se quiserem saber mais, comentem ai amores, só digo uma coisa os proximos capitulos prometem, bjoooos