domingo, 26 de outubro de 2014

52ºCapitulo

Luan Narrando.

O que eu tinha planejado pra ser um ótimo jantar para finalmente assumir meu namoro com Bia depois dele, acabou se tornando um filme de terror e drama. A cada palavra dita por Clarissa eu mal podia acreditar que o homem que ela descrevia era o homem que eu mais amo e me espelho na vida, que ele era meu próprio pai. O que mais me doeu foi ver minha mãe chorar desesperada e ouvir que ela foi enganada durante esses anos todos por ele, isso realmente eu nunca esperava, foi a pior cena da minha vida, e o que eu achava que já estava ruim, só piorou mais, quando senhor Getulio disse que Clarissa planejava abortar a Bia, isso me corroeu por dentro, imaginar que o amor da minha vida poderia nunca ter existido, só fez a ferida que estava aberta em meu peito sangrar mais. No momento em que vi Bia saindo dali correndo feito uma louca, fui correndo atrás, tentei gritar por ela, mas me assustei ao ver ela arrancar com o seu carro, não pensei duas vezes e fui atrás da chave do meu carro e nem estava prestando mais atenção em nada nem ninguem ali naquela sala, adentrei meu carro as pressas e corri o mais depressa que pude atrás de Bia, não imaginava aonde ela poderia ter ido, mas graças a Deus vi o carro dela estacionado em frente ao prédio onde mora e já desci correndo assim que estacionei.

-Ei, aonde você vai?-o porteiro do prédio me parou assim que eu ia as pressas para entrar ali
-Vou no apartamento da Ana Beatriz Fiacadore, com licença-eu ia tentar passar mas ele me impediu de novo
-Me desculpe mas você não pode subir
-Como não?-o encarei já me irritando
-Ordens da proprietária de não deixar ninguem subir e...
-PORRA SAI DA MINHA FRENTE, NÃO ME INTERESSA ORDEM NENHUMA-disse já fora de mim e empurrando o porteiro que me olhou arregalado

Corri para pegar o elevador e dois seguranças apareceram impedindo minha passagem, mais essa agora.

-Sinto muito mas você não pode subir-disse um moreno alto me encarando
-Agora não posso nem mais subir no apartamento da minha namorada, que ótimo-ri irônico-mas foda-se vocês eu vou subir vocês querendo ou não-disse tentando os empurrar e passar no meio deles, mas eles me seguraram forte
-Se tentar alguma coisa de novo vamos ser obrigados a usar a força com você-disse o outro segurança fortão me olhando sério

Respirei fundo e tentei me acalmar, mas Bia estava sozinha no seu apartamento e eu sabia que do jeito que ela estava com certeza estava pensando em fazer alguma besteira, ou se já não tivesse feito. Olhei em direção as escadas de emergência e não pensei duas vezes, fui correndo e as subindo, os seguranças vieram atrás de mim e eu corria como nunca, por sorte o apartamento de Bia era no terceiro andar então logo cheguei lá, tentei abrir a porta e nada, ela estava trancada.

-BIA ABRE ESSA PORTA, SOU EU LUAN-gritei esmurando a porta e ela nada de me responder

Os seguranças logo chegaram ali e meu desespero aumentou, eles me olhavam com uma cara nada boa, e eu já estava nervoso e irritado, mas tentei não falar ou fazer besteira alguma, olhei sem querer em direção ao extintor de incêndio e me lembrei de uma vez que Bia me disse ali ter uma chave reserva, corri até lá a graças a Deus a chave tava ali, os seguranças apenas ficaram me encarando e observando o que eu fazia.

-Olha rapaz, por ordens da proprietária, não era pra deixar ninguem subir, mas como você já esta aqui, que ela se resolva com você, e qualquer coisa estamos de olho-disse me olhando sério

Não dei moral e logo abri o apartamento, deixei a porta meio encostada e comecei a gritar por Bia.

-BIA, AMOR? AONDE VOCÊ ESTA?-e nada dela me responder

Eu estava com um mal pressentimento, a procurei em seu quarto e nada, no quarto de seu irmão, nos banheiros, na cozinha e já estava me desesperando mais, entrei no quarto de seu pai e nada dela estar ali, mas a porta do banheiro estava aberta então fui lá e a vi ali caída no chão, meu mundo desabou, meu coração gelou e eu logo me abaixei tentando acorda-la.

-BIA, FALA COMIGO, SOU EU LUAN, AMOR...-eu a balançava desesperado-meu amor, me responde...-disse já chorando a vendo imóvel em meus braços e toda mole-Bia, não faz isso comigo...-dizia baixinho e chorando muito

Eu não entendia nada de checar pulso, batimentos cardiacos ou algo do tipo, mas ela estava muito pálida e com o corpo gelado, decidi a levar para o hospital, porque o meu maior medo agora era perder ela, a unica mulher que amei de verdade. Saí as pressas de seu apartamento e peguei o elevador, os seguranças e o porteiro me viram e se assustaram ao ver meu estado, eles sem perguntar nada me ajudaram a coloca-la em meu carro, e não tive tempo nem de agradece-los pois estava uma pilha de nervos, e corri para o hospital, pedindo a Deus que não a levasse, e não a tirasse de mim. Cheguei no hospital, e nem vi se tinha pessoas por ali, peguei Bia em meu colo e entrei as pressas gritando por socorro, logo os enfermeiros apareceram com uma maca a colocando ali, eu tentei ir junto mas me barraram, e meu desespero só aumentou, era altas horas da noite, e por isso não tinha pessoas por ali, um enfermeiro me viu e veio conversar comigo.

-Você que acabou de chegar com a moça que estava desmaiada?-apenas assenti-preencha a ficha dela ali na recepção

Fui ate a recepção e a unica coisa que sabia era o nome dela, não tinha seus documentos nem nada, e as pessoas que me atenderam acabaram me reconhecendo e me tratavam da melhor forma possivel, para me deixarem mais a vontade me mandaram ficar em uma sala mais reservada enquanto aguardava noticias, e ali sentado me permiti chorar.


Eu pedia pra Deus tirar toda essa dor que se instalou dentro de mim, e o perguntava porque isso estava acontecendo comigo, a mulher da minha vida estava em uma sala de hospital e eu mal sabia seu estado ou o que aconteceu para ela ficar assim, na minha casa estava a maior guerra cruzada e eu aqui sem nem saber como tinha terminado, minha cabeça estava uma bagunça e eu continuei a chorar, já que era a unica coisa que podia fazer. Uns minutos se passaram e o meu celular começou a tocar, olhei o numero e era da minha casa, confesso que já imaginei o pior ter acontecido por ali, e atendi com o coração na mão.

Ligação on.
-Alô?-atendi ainda com voz de choro
-Luan, meu filho?-era minha mãe e ela tambem estava com uma voz de choro
-Sou eu mãe, o que aconteceu?
-Expulsei seu pai de casa...-ela disse e começou a chorar-Luan eu to muito mal meu filho, preciso de você aqui-ela chorou mais do outro lado
-Me desculpa mãe-deixei uma lágrima escapar-mas agora não posso ir
-Na onde você esta?
-No hospital
-O que aconteceu? Luan você esta bem?-ela perguntou com desespero na voz misturado ao choro
-É a Bia-permiti que as lágrimas escorressem-eu encontrei ela desacordada no apartamento dela e trouxe ela pra cá, e to sem noticias até agora...-não aguentei e chorei desesperado-mãe eu to com medo de perder ela, eu nunca a vi assim, ela estava praticamente...-não consegui terminar de falar
-Se acalme meu filho-ela tentava me consolar tambem aos choros-pode ficar por ai, eu vou ficar bem-ouvi ela respirar fundo do outro lado
-Mãe me desculpa, eu queria estar ai com você, mas...
-Ta tudo bem Luan, eu sei que você a ama e você tem todo o direito de ficar ai, qualquer coisa me ligue, eu te amo muito meu filho-ela disse e eu escutei ela chorar baixinho
-Tambem te amo mãe, fica bem tambem
Ligação off.

Desliguei o celular e fiquei olhando a foto do papel de parede do meu celular, eu e ela, num dia tão feliz que passamos juntos, ela mordeu meu lábio e eu aproveitei e tirei a foto.


Ver nós dois juntos nessa felicidade, só fez meu coração doer mais, ela era minha felicidade, minha vida agora, desde que conheci essa loirinha dos olhos azuis e sorriso perfeito, passei a ser totalmente dependente dela, dos seus beijos, de seus toques, de seus sorrisos, era ela quem me motivava a continuar a cada dia, eu claro tenho meus fãs como meu maior motivo pra continuar vivendo, mas ela tambem era meu tudo, e eu não aguentaria a perder de forma alguma. Não sei quantas horas se passaram, mas eu estava completamente exausto sentado naquela cadeira na sala de espera do hospital, a cada minuto que passava alguem do hospital eu tinha esperança de ser o médico que a atendeu, mas ninguem se dirigia a mim e minha angustia e desespero só aumentavam.

-Você é o que da Ana Beatriz de Lima Fiacadore?-disse um médico olhando em uma prancheta e se aproximando de mim
-Sou namorado dela doutor-disse me levantando e o olhando já esperando noticias
-Só esta você aqui? não tem nenhum familiar?
-Não, só eu, doutor me diz o que ela tem-o pedi já angustiado
-Olha rapaz, eu digo que aconteceu um grande milagre-senti um alivio enorme ao ouvir isso-eu não sei o que deu dela, mas pelo visto ela tentou se matar, e se entupiu de calmantes, isso a deu uma parada cardiorrespiratória, eu e minha equipe tentamos de todas as formas possiveis reanima-la e como num milagre ela voltou, fizemos a limpeza em seu estomago, e agora ela esta dormindo devido o efeito do calmante e do soro que a aplicamos, eu confesso que se você não chegasse a tempo com ela aqui, poderia ter sido bem pior, mas ocorreu tudo bem-ele sorriu de canto-não querendo me meter na vida pessoal, mas vocês dois brigaram, ou aconteceu alguma outra coisa pra ela fazer isso?
-Olha doutor o nosso dia foi complicado hoje-disse respirando fundo-são coisas muito complicadas...
-Tudo bem meu jovem, mas agora ela esta bem, só vai demorar a acordar e...
-Eu posso ir vê-la?-perguntei o interrompendo
-Pode sim, mas você não vai poder passar a noite aqui
-Tudo bem, só quero a ver
-Me acompanhe então

Acompanhei o médico e ele ia me dizendo algumas coisas que Bia poderia sentir ao acordar e que não era pra mim demorar na minha visita, entrei no quarto onde ela estava, e a vi com aqueles aparelhos no nariz, e outro em seu braço, senti meus olhos inundarem ao vê-la assim, me aproximei dela e acariciei seu rosto, seus cabelos e fiquei admirando quão linda ela era.

-Eu to aqui meu amor, o pior já passou-disse baixinho enquanto alisava seu rosto-eu te amo tanto-disse a dando um leve beijo na testa-nós vamos passar por isso tudo juntos, eu te prometo

Fiquei o tempo todo a acarinhando e dizendo o quanto a amava, mesmo com aquela camisola de hospital e com aparelhos a ajudando respirar, ela era a mulher mais linda do mundo, a mulher que eu amo e que eu daria minha vida para vê-la bem. Estava quase dormindo segurando sua mão e com minha cabeça escorada em sua cama, quando ouço um celular tocar, olhei pros lados e vi em cima de um móvel o celular de Bia, e certamente era ele que tocava, fui até lá e olhei quem era, o nome "pai" e a foto de Enzo piscava na tela, respirei fundo e resolvi atender, afinal eu tinha que avisar alguem sobre o que havia acontecido com ela.

Ligação on.
-Alô?-disse um pouco baixo pois estava muito cansado e já tinha chorado tanto que minha voz mal saia
-Alô? quem é?-ele perguntou confuso
-É o Luan
-Luan? ha oi meu genro-ele disse rindo-a Bia esta por ai?
-Ela...-pensei um pouco-ela esta dormindo
-Imaginei que ela estivesse dormindo mesmo-ouvi ele rir baixinho-então me desculpe Luan, devo ter acordado você
-Não imagina, eu estava acordado
-Acordado ate essas horas? eu sei que no Brasil já é mais de 04:00 hrs da manhã, e liguei pra Bia por que sei lá...-ele parecia buscar as palavras-estava meio incomodado aqui e senti a necessidade de ligar pra ela, mas esta tudo bem por ai?
-Enzo...-respirei fundo-eu não vou mentir pra você, a Bia esta no hospital e...
-O que? como assim hospital?-ele perguntou preocupado
-Olha aconteceu tanta coisa que eu tambem estou muito confuso-respirei fundo-ela descobriu umas coisas da mãe dela, e... tentou se matar-disse num sussurro
-O QUE?-ele perguntou num tom desesperado-Luan eu estou voltando pro Brasil agora, em que hospital vocês estão?
-Estamos no hospital de Londrina, mas não preci...
-Eu estou indo para ai agora, e por favor cuida dela pra mim-disse me interrompendo e desligando logo em seguida
Ligação off.

Mal acabei de falar com Enzo e no mesmo instante o médico entrou no quarto.

-Ela precisa descansar, e você não pode passar a noite aqui
-Mas doutor, eu juro que vou deixar ela descansar eu...
-São as regras do hospital, se quiser aguardar ela acordar, vai ter que ser na sala de espera
-Não posso mesmo ficar aqui?-o perguntei com cara de suplica e ele negou
-Infelizmente não rapaz, olha você parece estar bem cansado, vá para sua casa descanse e...
-Eu não vou sair daqui doutor, já que não posso ficar no quarto tudo bem, mas eu não vou sair desse hospital
-Você quem sabe-ele deu de ombros-mas eu ainda o aconselho a ir para sua casa, pois ela vai demorar acordar
-Por mim tudo bem, já sou acostumado a ficar noites sem dormir, posso pelo menos me despedir dela?
-Sim, mas seja rápido-disse o médico me olhando da porta do quarto

Fui até a Bia e a dei um beijo na testa, cheirei seus cabelos e acariciei seu rosto colando sua testa com a minha.


-Eu te amo meu amor, eu vou ta aqui por perto, te vivo-sussurrei baixinho pra ela

Infelizmente tive que sair do quarto, e o doutor me acompanhou até a sala de espera, ali me sentei, encostei no sofá, joguei minha cabeça para trás, e fechei meus olhos, pois minha cabeça doia muito, e martelava com meus pensamentos, fiquei não sei por quanto tempo assim, e depois nem me dei conta quando peguei no sono. Acordei meio desnorteado com a claridade batendo em meu rosto, tentei abrir os olhos, mas eles pesavam e era impossivel abri-los, com um pouco de dificuldade fui os abrindo e firmando minhas vistas, olhei em volta e passava uns enfermeiros pra lá e pra cá, alguns me olhavam e outros nem tanto, passei a mão em meus cabelos bocejando morto de cansaço, e senti alguem tocar meu ombro.

-Luan?-olhei para a pessoa e era o irmão de Bia, não me lembrava o nome dele direito, acho que era Gabriel
-Oi-disse o estendendo a mão
-Tudo bem por aqui?-ele disse apertando minha mãe e olhando em volta
-Acho que sim-sorri de canto
-Meu pai me ligou hoje cedo falando que a Ana Beatriz estava no hospital, e se não tinha como eu vim pra cá ver como ela estava enquanto ele ainda não chega
-Entendi-disse bocejando e tentando ver as horas em meu celular, mas ele estava descarregado-que horas são?
-07:28 hrs-disse olhando em seu relógio de pulso-ainda é muito cedo, consegui o primeiro voo da manhã para Londrina e cheguei agora pouco, nem tomei café ainda, me acompanha?
-Não obrigado-disse sorrindo amarelo
-Sua cara esta horrivel Luan, pelo visto você passou a noite toda aqui, então por favor me acompanhe, sei que deve estar com fome
-Bom, já que insiste-disse meio sem graça em aceitar, afinal a unica vez que o vi ele me pegou dormindo com sua irmã
-Eu sei que mal nos conhecemos, mas vou me apresentar formalmente, sou o Gabriel Fiacadore-disse me estendendo a mão enquanto caminhávamos em direção ao restaurante do hospital
-Luan Santana-apertei sua mão
-Você parece gostar muito da minha irmã, e meu pai confia muito em você, então me desculpe pela ultima vez que nos vimos, sei que pareci não ser muito legal
-Tudo bem

Fui com Gabriel ate o restaurante e pedi só um café, enquanto ele pedia café com leite e alguns pãezinhos, ele não era muito de conversar, e trocamos poucas palavras, ele era bem diferente de Bia e Gustavo, tinha postura, sempre falava corretamente, e não era muito de dar sorrisos. Ele insistiu em pagar a conta, e acabei aceitando pois me esqueci até de minha carteira, antes de voltarmos para a sala de espera passamos na recepção do hospital, e lá ele preencheu a ficha dela corretamente e soubemos que ela ainda dormia e estava em observação, algumas pessoas do hospital me olhavam e então voltamos logo para a sala que era mais reservada, devido eu ser o Luan Santana para não haver tumulto.

-Só ficou você a noite toda aqui no hospital?-ele perguntou após minutos de silêncio enquanto já estávamos sentados na sala de espera
-Sim
-Nossa nem a mãe dela, os avós ou o Gustavo vieram?
-Bom na verdade acho que nenhum deles sabem e...
-Ai meu Deus, cadê minha mana-disse Gustavo entrando ali chamando a atenção com seu jeito desesperado
-Dá pra ficar quieto-disse Gabriel o olhando sério
-Nossa a situação ta grave, ate você ta aqui-disse apontando pro irmão-cunhadinho, cadê minha mana? eu vim correndo pra cá, o papi me ligou e eu até deixei a Susan sozinha e...
-Gustavo para de escândalo, reaja como uma pessoa normal-disse Gabriel mais uma vez o repreendendo
-Credo maninho, até parece que não esta preocupado com a nossa irmã
-Eu estou preocupado sim Gustavo, mas não precisa dar piti no meio do hospital, ta vendo aquela placa ali, faça silêncio-disse apontando para a tipica placa que eles pedem silêncio no hospital
-Sorry maninho, mas como ela esta Luan?-disse se sentando ao meu lado e cruzando as pernas
-Acho que bem-disse sorrindo de canto
-Como assim acha que bem, minha mana tem que estar bem, vou ali falar com aquele enfermeiro-disse olhando com uma cara meio suspeita para um enfermeiro alto que passava
-Esse dai vê um cueca e vai correndo-disse Gabriel revirando os olhos

Ri de canto vendo esses dois, como eles eram diferentes, um tão exagerado e o outro o mais discreto possivel, e me permiti imaginar como seria meu irmão, eu sempre quis ter um irmão homem, não que eu não amasse a Bruna, mas sei lá acho que seria legal, ele seria meu melhor amigo, e agora eu sabia que tinha um irmão, mas não fazia a minima ideia de onde ele estava, de como ele era, ou se realmente ele existia. As horas se passavam e eu estava mais nervoso a cada minuto, Gustavo não parava de tagarelar no meu ouvido e Gabriel só revirava os olhos ouvindo o irmão falar, e não se desgrudava do celular. 

-Luan vai pra casa descansar sua cara esta horrivel cunhadinho-disse Gustavo pela milesima vez tentando me convencer a ir pra casa
-Eu já disse que vou ficar aqui ate a Bia acordar Gustavo
-Que homem decidido, adoro-ele riu de canto-isso só prova o quanto você ama minha maninha
-Amo muito mesmo, mais que a mim mesmo

Era por volta do 12:15 hrs quando Enzo chegou, eu e os irmãos de Bia já haviamos tomado vários cafés e estavamos doidos por noticias, já que ela ainda não havia acordado. Gustavo assim que viu o pai foi correndo o abraçar, e Enzo estava com uma aparência diferente, estava mais magro e meio pálido, Gabriel tambem foi o abraçar e depois Enzo veio ate mim e me levantei para o cumprimentar.

-Obrigado Luan-ele disse enquanto me abraçava
-Pelo que?-perguntei sem entender
-Por ter cuidado da minha filha, e ter ficado aqui, agora vá descansar-disse dando um tapa de leve em meu ombro
-Não senhor Enzo eu...
-Luan sua cara não nega que você passou a noite toda aqui, você esta cheio de olheiras, vai pra sua casa tomar um banho, comer alguma coisa e descansar
-Mas e se a Bia acordar, eu quero estar aqui pra ver ela e...
-Eu te prometo que vou te avisar, agora vai pra casa Luan
-Olha eu to bem aqui e...
-Luan deixa de drama e vai logo-disse Gustavo chegando e abraçando o pai-papi eu juro que desde que cheguei aqui estou insistindo pra esse teimoso ir descansar um pouquinho, mas ele não arredou o pé daqui-ele me dedurou
-Vai pra casa Luan, é para o seu proprio bem, ou acha que a Bia iria gostar de te ver assim, e saber que sacrificou sua noite de sono por causa dela?-fiquei sem saber o que responder-pode ficar tranquilo Luan, eu te prometo que te aviso assim que ela acordar-disse sorrindo de canto
-Tudo bem-me dei por vencido-vou em casa só tomar um banho e já volto pra cá, e se ela acordar antes...
-Luan vai tranquilo-ele riu
-Ta bom

Depois de tanto ele insistir fui pra casa, mas com o coração na mão, corri com o carro ate em casa e entrei já subindo direto pro meu quarto, tomei o banho mais rapido da minha vida e coloquei uma roupa para já voltar pro hospital. Ia descendo as escadas quando sinto uma mão me abraçar pela cintura.

-Filho-era minha mãe, me virei pra ela e ela estava com uma cara de quem havia chorado muito, não pensei duas vezes e a abracei forte


-Me desculpa mãe, me desculpa-disse a apertando no abraço
-Ta tudo bem meu filho, ta tudo bem-disse desfazendo o abraço e me olhando nos olhos acariciando o meu rosto logo em seguida-vai descansar no seu quarto, que eu já vou levar alguma coisa pra você comer
-Eu tenho que voltar pro hospital mãe
-Mas Luan você não esta com uma cara nada boa, fica aqui e descanse um pouco, depois você volta pra lá
-Mas mãe a Bia ainda não acordou e eu...
-Luan, eu sei o tanto que você ama ela e sei que esta preocupado, mas descanse um pouco, porque desse jeito eu não vou deixar você voltar pra lá, não com essa cara de cansaço
-Mãe eu já tomei banho e...
-E mais nada Luan, vai agora pro seu quarto que eu vou te levar um lanche, pra você comer e descansar
-Mas...
-Sem mais nem menos

Decidi ficar e fazer o que minha mãe me disse, afinal eu estava mesmo exausto, fui pro meu quarto e deitei em minha cama, logo minha mãe apareceu com uma bandeja cheia de coisas pra mim comer, ela ficou um pouco comigo enquanto eu comia uma fruta e comi um pedaço do lanche com um pouco de suco, me deitei em seu colo e logo dormi sentindo os carinhos dela.

Ana Beatriz narrando.

Eu estava num caminho sem saida, era tudo escuro, não havia luz, nem ar para que eu pudesse respirar, eu gritava por socorro e ali não havia ninguem para que pudesse me ouvir, eu corria sem parar, e quanto mais eu corria, mais eu sentia medo e me sentia sozinha, decidi dar uma parada pelo caminho pois já estava cansada de tanto correr, e quando menos espero caio num buraco enorme e fundo, que parece não ter fim, ouço alguma voz me chamando, e ela parecia ser bem familiar, eu gritava desesperada enquanto caia nesse imenso buraco e a voz ia ficando cada vez mais forte e eu já podia ouvi-la melhor, era a voz de minha mãe, mas parecia mais com um choro e ela me culpava por algo, quando menos espero caio num rio e as águas eram limpas e tranquilas, enfim pude respirar aliviada e ver a luz do sol, eu sorri feliz ao ter chegado ali, e corria alegremente pela grama verde do lugar, de repente sinto um calor enorme, e quando percebo o sol começa a ficar muito mais forte quase queimando minha pele, e cegando meus olhos, eu fechei os olhos e eu não conseguia os abrir pois a luz era muito forte. Com muito esforço fui abrido os meus olhos, e ao longe eu escutava um pi pi pi... quando finalmente firmei minha visão me deparei com uma mulher me olhando, parecia ser uma enfermeira, e ela sorriu ao me ver acordar.


-Que bom que acordou, vou avisar o seu médico-disse mexendo em um aparelho em meu braço e depois saindo sem que eu pudesse lhe perguntar nada

Olhei em volta e parecia que es estava em um hospital, parecia não, eu realmente estava em um hospital, mas eu me perguntava como fui para ali, e enquanto pensava na ultima coisa que fiz, ouço a porta se abrir e um médico de idade media meio grisalho entrar sorrindo de canto.

-Olá senhorita Ana Beatriz, finalmente você acordou
-Oi, quem é você?-perguntei meio baixo
-Sou o doutor Marcos, e atendi você ontem a noite, foi um grande milagre você ter vivido
-Pois é-disse baixinho e  meio sem entender
-O que você pensou que estava fazendo quando tomou um vidro inteiro de calmantes de 50 miligramas?
-Sei lá-disse dando de ombros-me deu vontade doutor
-Você por acaso queria se matar?
-Acho que teria sido o melhor pra todo mundo-disse me lembrando do que aconteceu
-A morte seria uma solução pra você, mas e para as pessoas que te amam?-ele perguntou me olhando sério
-Eu nem sei se tem alguma pessoa que me ama-disse deixando uma lágrima escorrer 
-Pois saiba que tem sim, seu namorado passou o noite toda aqui, e agora seu pai e seus irmão estão todos lá fora aguardando noticias suas, tem certeza que eles não te amam?
-Não sei-disse respirando fundo e sentindo uma dor de cabeça me invadir de leve
-Bom já que você acordou, já pode receber visitas, vai querer receber alguem?
-Você disse que meu pai estava ai?-perguntei já com outra lágrima nos olhos, pois meu pai estava em outro país e ele ter viajado só para me ver fez meu coração transbordar de alegria
-Sim, quer que eu mande ele entrar?
-Sim, quero muito ver ele
-Ok-disse o doutor saindo do meu quarto

Fiquei sozinha ali, e foi inevitavel não me lembrar do circo de horrores de ontem, eu realmente preferia ter morrido, mas ao ver o homem que eu mais amo na vida cruzar aquela porta, e saber que ele viajou quilometros por mim, fez tudo isso desaparecer.

_______________________________________________________________

Olá amores, mais um capitulo ta ai, sei lá achei esse nada de mais, mas prometo caprichar no proximo, e como sera que vai ficar o futuro de Bia e Luan? comentem ai amores, bjoooos





Um comentário:

Cada comentário é um beijo no Luan, comentem ai amores ;)