quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

129ºCapitulo

Narrado por Luan.

Minha fixa ainda não havia caído, e eu fiquei feito uma estatua ali parado sem saber o que fazer. Minha vontade era de sair correndo daquele hotel e me atirar em frente ao primeiro carro que passasse na rua, pois sem ela minha vida não faria mais sentido, eu ainda estava sem entender o porque isso tinha que acontecer com ela, sentia como se meu coração tivesse sido arrancado do peito, e minha unica reação foi chorar, vendo minha mulher presa naquele carro, sem nem saber se ela estava com vida, mas do jeito que a vi infelizmente parecia ser o fim.
Depois de um bom tempo ali parado, logo a noticia acabou de passar, e só ai me toquei no que havia acontecido, comecei a gritar feito um louco, ninguem estava sentindo a minha dor, então ninguem me entenderia, e muito menos poderia me julgar.

-PORQUE MEU DEUS, PORQUE?-estava gritando descontrolado

Senti algumas pessoas me segurarem, e eu apenas chorava, um homem me perguntava alguma coisa que eu não conseguia entender, e minha reação foi o abraçar de tão desnorteado que eu estava.

-Preciso ir para o local daquele acidente, minha mulher esta presa naquele carro, eu preciso tirar ela de lá-eu falava para as pessoas que me olhavam sem entender o que eu dizia-PORRA-gritei

Sai daquele hotel, e parei o primeiro taxi que passava por ali.

-Moço, pelo amor de Deus, o senhor esta me entendendo?-eu o suplicava em meio ao choro e ele me olhou confuso
-És brasileño?(é brasileiro?)-me perguntou com um sotaque mexicano, ou sei lá o que ele era
-Sim, eu preciso ir para o local onde aconteceu um acidente, mas não sei onde é, minha mulher ta presa naquele carro, me ajuda por favor-eu dizia desesperado
-Sólo hablo español, puedo entender me?(eu só falo espanhol, consegue me entender?)
-Cara só acelera essa porra, e me leva para o local do acidente-eu já estava me desesperando
-Yo no sé de dónde quieres ir, pero sé donde occurió un accidente señor(eu não sei aonde quer ir, mas eu sei aonde ocorreu um acidente senhor)
-Moço eu não to te entendendo, mas segue com esse carro, corta a cidade inteira se for preciso-já dizia sentindo meu coração apertar mais

Sem me dizer mais nada o taxista seguiu em frente, e eu apenas chorava em meu canto, estava tudo indo tão bem, e do nada isso acontece, o que eu não entendia era como ela foi parar naquele carro e nem o porque, minha mulher jamais sairia sem me avisar, e meu medo era de chegar no local do acidente e saber que ela havia partido, para nunca mais voltar. Eu nem calculava o tempo, apenas chorava e pensava em Bia, nos nossos planos, no nosso filho, no quanto ela me fez feliz, e como eu tinha certeza que ela ainda me faria mas feliz ainda, só que esse sonho de seguir em frente ao lado dela parece que havia se perdido, junto de meus pensamentos e do sentido de continuar vivendo. Só notei que estava no lugar certo, quando avistei uma enorme movimentação mais a frente da estrada, havia policiais, ambulância, imprensa, bombeiros, de tudo, e meu coração só diminuía dentro de mim conforme me aproximava. Logo o taxista parou o carro, e eu desci rapidamente nem o dando tempo de me dizer algo, corri em direção aquela aglomeração de pessoas, e de lá de onde eu estava dava para ver um carro tombado de cabeça para baixo no fundo daquele penhasco. Eu sai fora de mim, quando estava a um passo de me jogar dali senti alguem forte me agarrar e me dizer algo que não entendi mas foda-se, se ela havia morrido eu tambem queria morrer minha vida não iria fazer mais sentido sem ela.

-ME SOLTA, EU QUERO MORRER PORRA, SEM A MINHA MULHER NADA FAZ MAIS SENTIDO

Eu gritava e tentava me soltar, mas as pessoas que me seguravam eram fortes, e me arrastaram para longe da beirada do penhasco, mesmo contra minha vontade. Eles ainda me seguravam forte, e eu xingava, gritava, chorava, mas ninguem ali poderia me entender, ninguem ali sabia que meu amor estava ali presa naquele carro.

-Se acalma por favor-disse uma mulher que falava um português meio embaraçado-é brasileiro?-apenas assenti-o que aconteceu meu jovem? pude entender algumas coisas que disse
-É a minha mulher que ta presa naquele carro, eu preciso tirar ela de lá, me ajuda por favor-eu a implorava em meio as lágrimas e a vi me olhar com pena e suspirar fundo
-Lamento meu jovem, ela morreu na hora e...
-Isso não ta acontecendo-eu neguei com a cabeça e mais lágrimas vieram-ME SOLTEM-eu tentava com mais força ainda me soltar daqueles homens fortes que me seguravam e a mulher parou na minha frente tentando me impedir de sair dali
-O senhor precisa manter a calma, e nos passar as informações sobre sua mulher se é realmente ela que estava naquele carro-ela me olhava com pena
-Eu preciso ver ela-disse com a voz falha
-Se acalma, já estão trazendo o corpo aqui para cima, lamento muito sua perda-me disse lamentando e depois seguiu conversando com umas pessoas ali

Agora era certeza, eu havia a perdido, mais uma vez tentei me soltar daqueles homens, mas minhas forças já eram falhas, nada me importava mais nesse mundo, se o amor da minha vida já não tinha mais vida, quem é que iria me fazer feliz? quem é que construiria uma familia ao meu lado? se não fosse ela não seria mais ninguem, e naquele momento de tanta dor em meu peito, olhei para o céu e questionei a Deus o que eu fiz para merecer tanta dor, e porque Ele me tirou ela, se fosse para isso acontecer era para ter me levado junto, pois eu não estava suportando essa dor, que era maior e mais forte que eu, e sabia que nunca iria a suportar.

-Senhor-a mesma mulher apareceu outra vez me chamando e eu apenas a olhei, me sentindo o mais derrotado dos homens-já esta ali o corpo da sua mulher, venha fazer o reconhecimento-apontou para uma maca e quando vi aqueles cabelos loiros mesmo ao longe minhas pernas falharam, eu não teria forças o suficiente para a ver assim-seja forte

Depois de tentar me recompor por vários minutos, minhas pernas bambearam, e eu decidi que não iria ali, pois sabia que se a vesse minha dor seria maior.

-O senhor não esta se sentindo bem?-a mulher me questionou e eu apenas assenti em meio as lágrimas

Ela parecia pedir algo, e logo trouxeram uma cadeira até onde eu estava, os homens que me seguravam me sentaram ali e aos poucos senti que eles me soltaram.

-Olha, mesmo que o senhor não queira, é preciso fazer o reconhecimento do corpo pois não encontraram documentos no carro
-Eu não quero a ver assim-disse em um fio de voz
-Fique uns minutos se recuperando aqui, e depois eu volto aqui para ver se esta tudo bem-apenas assenti desnorteado-havia uma outra mulher com ela no carro, e essa esta presa nas ferragens, e se demorarem mais cinco minutos os bombeiros vão desistir e deixa-la pois o carro já esta quase pegando fogo

Assenti outra vez, e já não raciocinava mais, minha mente estava vazia, meu coração estava vazio, e eu não aceitava a minha realidade, a qual eu teria que encarar daqui para frente. Estava inerte em meus pensamentos, quando uma explosão me fez sair do transe, eu já estava nem ai com nada, aquele maldito carro finalmente queimou. De repente vi umas pessoas gritando e pareciam comemorar algo, bombeiros saiam do fundo do penhasco e eram parabenizados e aplaudidos, tive que rir disso, bela coisa fizeram, só tiraram o corpo da minha mulher daquele carro, e ainda são recebidos assim, se pelo menos ela estivesse com vida eu mesmo iria os abraçar e os parabenizar, mas infelizmente eles não tinham conseguido.

-Senhor-a mulher chega com uma expressão mais alegre até mim-os bombeiros conseguiram tirar a outra mulher presa nas ferragens de dentro do carro, e parece que essa ainda esta com vida, venha ver se a reconhece

Ela me puxou e mesmo andando feito um zumbi me aproximei do corpo da outra mulher que eles resgataram, mal deu para ver o rosto dela pois estava todo machucado e ela já estava com o colar cervical pronta para ser levada com urgência ao hospital, e não me deixaram chegar mais perto para vê-la melhor.

-A conhece?-a mulher me perguntou
-Não sei-disse dando de ombros
-Quer ver o corpo da sua mulher? eles já estão levando para a pericia e precisa de alguma resposta sua

Apenas assenti, não me adiantaria fugir, eu teria que encarar a realidade, por mais dolorosa que seja. A mulher falou com umas pessoas que mexiam no corpo e depois disso eles me deram espaço para passar, mas eu não queria sair do lugar, eles abriram o pano que cobria o corpo e um arrepio seguido de um alivio percorreu o meu corpo.

-Essa dai não é a minha mulher-disse a olhando, e eu parecia a conhecer sim, mas não era a Bia
-Não é sua mulher? então quem é?-a mulher me perguntava sem entender
-Eu não sei-olhava a morta e tentava me lembrar
-Mas e a outra você não reconheceu?-só ai que me lembrei da outra mulher que os bombeiros tiraram de dentro do carro
-Obrigada Deus-disse sentindo minhas forças retornarem

Não sei o que me deu naquela hora mas corri até aonde o corpo da outra mulher que havia sido resgatada com vida estava, porém ela já não estava mais ali e as portas da UTI móvel se fechavam, corri feito doido até lá batendo na porta, mas foi em vão, eles já seguiram em frente. Me lembrei do taxista que havia me levado até ali e voltei correndo o vendo ainda estacionado aonde me deixou, entrei no táxi correndo e o dei um toque todo feliz.

-Segue em frente cara, minha mulher ta viva e ta indo para algum hospital de emergência

Ele deve ter me entendido, e dando ré no carro logo pegamos estrada de novo, e dessa vez eu agradecia a Deus por ter me dado mais uma chance, ou melhor por ter a dado mais uma chance. Esse parecia o percurso mais longo de toda a minha vida, e assim que o taxista parou em frente a um hospital eu já ia descer correndo quando ele travou a porta.

-Y mi dinero?(e meu dinheiro?)-perguntou me olhando como se eu fosse um golpista
-Desculpa-ri me lembrando que não havia o pagado

Tirei nem sei quanto de dinheiro da carteira e o entreguei.

-Fica com o troco e muito obrigado cara

Desci o mais depressa possível do carro, e entrei naquele enorme hospital, olhei para um lado, olhei para o outro, e meio perdido fui até a recepção.

-Chegou alguma mulher que sofreu algum acidente aqui agora?-perguntei desesperado e a moça da recepção me olhou sem entender

Ela pareceu conversar com alguem no telefone me apontando, e eu apenas queria saber se minha mulher estava ali. Fiquei um tempo a vendo conversar no telefone sem entender nada, quando sinto alguem tocar meu ombro.

-Senhor, o que faz aqui? me explica o que aconteceu? porque sumiu daquele jeito?-era a mesma mulher que eu havia conversado aquela hora me questionando sem entender
-Moça, eu preciso saber aonde está aquela outra moça do acidente, ela entrou aqui?
-Sim, ela...
-Ela só pode ser minha mulher, claro-eu ri-devia ter percebido isso antes
-Senhor, ela deu entrada aqui sim, mas o estado é grave e ela esta na sala de cirurgia-diz me olhando com um semblante sério, me fazendo temer por dentro
-Cirurgia? como assim?-perguntei já me preocupando
-Olha eu não sei de mais nada, vou tentar me informar e venho lhe dizer o que está acontecendo, aguarde ali-me apontou umas poltronas
-Mas moça eu preciso ver ela...
-Não tem como, então aguarde ali por mais noticias-apenas me disse isso e entrou em uma ala restrita do hospital

De mãos atadas e sem saber o que fazer me sentei em uma daquelas enormes poltronas, fiquei brincando com os dedos pensativo e alisei minha aliança de casamento, fechei os olhos e pedia para Deus abençoar aquela cirurgia e cuidar da minha menina, já que Ele a livrou da morte uma vez, eu estava confiante que a livraria outra vez.
Acordei sentindo alguem me sacudir, e aos poucos fui abrindo os olhos meio sonolento, e vi que era a mulher que havia ficado de me dar informações, eu devo ter pegado no sono enquanto a esperava.

-Senhor, me acompanhe por favor-me olhou com um semblante sério

Meio desnorteado me levantei e a segui até uma sala, onde ela fechou a porta e me olhava sério.

-Ainda não nos apresentamos, eu sou Rebecca, e você?
-Sou o Luan, Luan Santana-disse já prevendo que não era coisa boa
-Então Luan, preciso que você me passe os dados de sua mulher-disse se sentando em frente a uma mesa e anotando umas coisas-qual o nome completo dela?
-Ana Beatriz de Lima Fiacadore Santana
-Idade?
-Tem 24 anos
-Por acaso esta com algum documento dela ai?
-Não, só com os meus, serve?
-De qualquer jeito vou precisar deles, então me empresta aqui-a entreguei meus documentos e ela fez algumas anotações
-Rebecca né?-ela assentiu-você é enfermeira ou algo do tipo?
-Eu sou cardiologista, e por sorte sua já vivi alguns anos no Brasil por isso sei falar bem o português
-Mas como está a minha mulher? eu posso a ver? ela já fez a tal cirurgia?
-Eu não sei como vou te falar isso-respirou fundo me olhando-sua mulher está viva por um milagre, porque os ferimentos dela foram muitos e muito graves, a outra mulher que morreu no local não estava tão ferida quanto sua mulher, e parece que um homem reconheceu o corpo dela ali, mas voltando a falar da sua mulher, em primeiro lugar eu preciso de urgentemente uma bolsa de sangue, os estoques do hospital só tem sangue A e B, e o dela é O- então é mais raro de ter, e...
-Eu posso doar sangue para ela?-perguntei louco ao saber que minha mulher necessitava de algo
-Seu sangue é O-?
-Não sei, eu só quero doar meu sangue para ela
-No seu estado, nem se fosse O- seu sangue, você poderia doar, pois esta emocionalmente abalado, mal alimentado e dormiu mal naquela poltrona do hospital, já estamos em busca de alguma bolsa de sangue desse tipo, mas esse é o menor dos problemas-diz me encarando sério-sua mulher passou por uma cirurgia grave, e teve varias paradas cardíacas, o que a fez entrar em coma
-O que? em coma?-me desesperei
-E a má noticia é que esse coma é indeterminado, a cirurgia teve que ser finalizada urgentemente, e os médicos deram certeza que se ela sobreviver, irá levar varias sequelas, uma delas é a perca da memória total ou parcial, além de poder ficar paraplégica, devido a lesão forte que teve na cabeça, e principalmente por suas pernas ficarem presas nas ferragens, a chance de ela voltar a andar ou ficar em postura reta é nula, e agora a decisão é sua, se vai querer a deixar internada aqui ou vai querer a transferir para o Brasil, mas eu te digo que para isso acontecer o processo irá custar milhões, e a chance de sobrevivência é quase zero por cento se acaso ocorrer a transferência do corpo

Era muita informação para a minha mente, aconteceu tanta coisa em tão pouco tempo, e eu recebendo tanta noticia forte, não iria conseguir pensar direito, muito menos decidir nada.

-Eu apenas quero vê-la, isso é possível?-perguntei me sentindo derrotado
-Acho bem dificil eles liberarem a entrada de alguem, ainda mais depois de uma cirurgia complicada como aquela e ela estar no estado de coma-ela era muito direta e isso as vezes não é bom para quem esta recebendo a noticia
-Eu só quero ver ela-a olhei suplicando-eu não vou nem tocar nela, eu só quero ver a minha mulher, saber que ela ainda respira e que pode ter a chance de voltar a viver um dia-disse já deixando uma lágrima escorrer e ela deu um longo suspiro
-Vou ver o que consigo, mas acho bem difícil conseguir que liberem sua entrada, volte para a sala de espera, que qualquer coisa vou lá o chamar-assenti deixando umas lágrimas correr

Voltei outra vez a sala de espera, e ali era bem sofrido, pessoas chorando, outras dormindo escoradas cheias de olheiras, voltei a me sentar na mesma poltrona que estava antes, e pedia a Deus para me deixarem ver a minha mulher. O tempo foi passando, e o relógio eletrônico do hospital já marcava 01:30 hrs da manhã, pois é, o dia passou e eu estava ali plantado naquele hospital, com a esperança de pelo menos ver Bia, a mulher da minha vida, que agora estava em coma, e num jogo entre a vida e a morte. Por volta das 02:35 hrs da manhã, eu já estava quase dormindo outra vez quando alguem me cutuca.

-Luan, os médicos que estão cuidando do caso da sua mulher, finalmente liberaram a sua entrada, mas você tem que ser rápido, colocar a roupa especial, e não pode demorar mais que cinco minutos dentro do quarto

Me levantei mais que depressa e fui a seguindo até uma parte bem lá mais no fundo do hospital, ela me entregou umas roupas azuis, mascara, touca, botas, tudo, e me explicou como eu deveria colocar. Depois que me troquei com aquela roupa estranha, ela já me esperava do lado de fora e apontou para um corredor.

-Você segue até o fim desse corredor e vira para a direita, no segundo quarto você entra, é onde ela esta, mas não se esqueça que são só cinco minutos, se não eles vão lá te tirar a força
-Eu entendi, obrigada por tudo-disse emocionado indo a abraçar mas ela se desvencilhou
-Luan você esta com uma roupa especial justamente para não ter contato com nada e não levar nenhuma bactéria para o quarto, me desculpe se fui grossa
-Tudo bem, eu entendo-sorri de canto e olhei para aquele enorme corredor
-Quanto mais tempo você demorar aqui, menos tempo você terá com a sua mulher

Após ela me dizer isso, segui em frente e fiz como ela falou, virei para a direita, e quando cheguei em frente a porta do segundo quarto, um arrepio percorreu o meu corpo, só depois de respirar fundo consegui abrir aquela porta, e me doeu muito a ver daquele jeito, com certeza era a pior cena da minha vida, mal me aproximei e lágrimas já invadiam meu rosto.



-Porque tinha que ser você?-disse dando alguns passos em direção a cama dela, com o coração rasgando cada vez mais dentro do peito

Aos poucos me aproximei dela, a vendo cheia de aparelhos pelo corpo, com o rosto totalmente machucado, vários curativos na testa, e sabendo que aquela maldita máquina ligada e instalada em suas narinas, era o que a mantinha com vida, com certeza eu preferia mil vezes estar ali no lugar dela, do que a vendo sofrer naquele estado.

-O que aconteceu meu amor?-peguei de leve em sua mão-eu nunca vou me perdoar por isso, era para mim te proteger e cuidar de você, mas eu me descuidei e sei lá como você foi parar naquele maldito carro, e tudo isso aconteceu-eu já chorava uma enxurrada-me perdoa meu amor? volta pra mim, eu só te peço para voltar-dizia segurando forte em sua mão gélida e o unico barulho ali dentro daquele quarto era o constante pi... pi... pi... do aparelho e meu choro de dor

Ela era tão linda, tão minha, quantas as vezes eu beijei aquela boca, toquei aquele corpo e a fiz minha, só minha, mas agora ela estava ali naquela cama em coma, e só Deus sabe até quando ela vai ficar ali, minha esperança é que ela saia logo daquela situação, mas algo dentro de mim sente que não vai ser tão fácil assim e talvez minha ultima lembrança dela seja essa. Uma mulher entrou no quarto me dizendo algo e me apontando a porta, tudo foi tão rápido, mal pude a ver direito, e já teria que sair, a dei um beijo na mão e outro na testa, mesmo com aquela mascará e a mulher pareceu me repreender, mas não entendia o que ela falava então ignorei.

-Eu não vou sair de perto de você meu amor, fica com Deus, eu te amo-a disse bem perto de seu ouvido, e já sentia a mulher me puxar

Mesmo morrendo de vontade de ficar ali grudado nela, eu tive que sair, estava perdido para onde ir mas Rebecca me esperava na porta e me guiou até onde estavam minhas roupas e eu pude me trocar.

-Como esta?-perguntou já prevendo a resposta
-Mal-disse com a voz embargada pelo choro-eu não sei como isso foi acontecer, eu não acho nenhuma explicação para isso
-Eu espero que você fique bem logo, pois precisa tratar sobre a transferência da sua mulher, ela só pode ficar 24 horas aqui no hospital, pois vocês não são do país e existe muita burocracia para quem é de outro país, principalmente os brasileiros
-Então vou ter que transferir minha mulher para outro hospital?
-Sim, se for aqui em Paris mesmo, terá que ser um particular, e olha é bem caro, ou então se preferir a transferir para o Brasil o sistema custa milhões como eu já havia te dito, e é mais arriscado, mas você tem que decidir o que é melhor para você e a sua família-só ai me lembrei que fiquei o dia todo sem falar com ninguem do Brasil, e todos deviam estar morrendo de preocupação
-Olha eu tô muito cansado e não sei nem como ainda estou de pé-a disse a realidade-vou voltar para o hotel onde estávamos hospedados, tomar um banho e já volto para cá com a resposta
-Tudo bem-ela assentiu

Ia saindo do hospital, quando Rebecca me parou.

-Quer uma carona? parece que você não se da muito bem com o Francês, e um táxi com alguem que te entenda a essas horas no seu estado vai ser dificil
-Mais uma vez obrigado, e acho bom aceitar essa carona

Rebecca estava sendo bem gentil comigo, durante o caminho quase não trocamos palavras, e logo já estava em frente ao hotel onde estava hospedado. Quando entrei naquele quarto, fortes lembranças me invadiram, o cheiro dela parecia estampado ali em cada canto, e vendo algumas coisas dela espalhadas pela cama só fez meu coração doer mais, lágrimas e mais lágrimas rolavam, me sentei na cama e abracei algumas peças de roupas dela que encontrei, aquele cheiro era meu vicio, e demorei me recompor para finalmente ir tomar um banho e decidir o que fazer da minha vida, afinal estava tudo em minhas mãos, e eu não queria fazer o melhor para mim, mas sim o melhor para ela, não queria arriscar a vida da minha mulher, então durante o meu banho pensava em todas as possibilidades, e por fim já havia tomado a minha decisão.

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Olá amores, quanta coisa acontecendo, e ai o que será que Luan decidiu? comenteeeem bastante, e espero que tenham gostado, beijos <3
#FortesEmoções #UltimosCapitulos #RetaFinal





5 comentários:

  1. Estou chorando com este capítulo, não tenho oque dizer.

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  2. Jesus!
    Não domora não.
    Continua...

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  3. Jesus!
    Não domora não.
    Continua...

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  4. Ele vai largar TUDO pra ficar em Paris com a Bia :(

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  5. Não tenho o que falar, vc escreveu tudo de uma forma tão real que eu tô me sentindo lá
    quero mais capítulos

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Cada comentário é um beijo no Luan, comentem ai amores ;)